“Eu poderia falar todas as línguas que se falam na Terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como barulho do gongo ou o som do sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter toda fé necessária para tirar as montanhas dos seus lugares; mas, se não tivesse amor, eu não seria nada”. (Coríntios I, cap. 13, 01 a 03)

Todo o poder mediúnico que você imagina que tenha, mesmo que seja o de conseguir realizar milagres, sem ser conectado ao amor de nada lhe serve para a elevação espiritual. Pode ter o poder mediúnico de cura, ajudar muitas pessoas, mas se não tiver o amor verdadeiro, a realização da caridade não valeu de nada como elemento para a sua elevação.

Você pode escrever milhares de livros psicografados, mas se não tiver amor, não adiantou de nada. Pode ser o maior doutrinador, mas se não tiver amor, para você aquele trabalho não serviu de nada.

Para o outro o que aconteceu pode ter sido instrumento de elevação, mas para você, todo trabalho mediúnico que não é vivenciado com o amor universal de nada serve. Você foi só instrumento de Deus para levar ao próximo o que precisava e merecia, mas não recebeu nada por ter feito aquilo.

A primeira coisa que um médium deve ter na cabeça é o servir ao próximo e não se servir do próximo. Por isso, quando for dar um passe em alguém, não se preocupe em ser um médium famoso ou em conseguir ajudar a alguém, mas trabalhe para dar o melhor de si para que aquela pessoa receba o que precisa e merece. Esse é o caminho durante o seu trabalho mediúnico que o aproxima de Deus.

Aquele que não exercer o dom que recebe do espírito santo (dom mediúnico) com amor, este trabalho de nada adianta para si mesmo. Vale para o teatrinho da vida, pois leva para outra pessoa o que ela precisava e merecia. Se ela estiver recebendo com amor, vai ganhar, mas se não estiver, também não vai ganhar, pois é a vivência do amor universal que regula o que cada um recebe.

“Poderia dar tudo o que eu tenho e até entregar o meu corpo para ser queimado; mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada”. (Coríntios I, cap. 13,  03)

Para Deus, de nada adianta o seu sacrifício sem amor.

Não adianta ir a sua casa espírita quando há trabalho, ser o primeiro a chegar e o último a sair, pois se não for por amor e com a intenção de servir ao próximo, não adianta nada ir. Mesmo que para ir se sacrifique, abra mão de outras coisas que precisava ou gostaria de estar fazendo. Se não for com a consciência de servir de instrumento a Deus para dar a quem precisa o que merece, de nada adianta para você.

Tem muitos médiuns que se vangloriam do tempo que disponibilizam para o serviço mediúnico. Enaltecem-se afirmando o quanto são bondosos por priorizar o serviço ao próximo em detrimento de seus anseios individuais. Isso não é amor, mas soberba. Quem faz isso ajuda o outro com seu trabalho, mas não conquista para si a aproximação de Deus.

Lembro-me de uma história que fala de um médico que depois de ser convidado diversas vezes por um médium para consultar gratuitamente os que não tinham dinheiro, acabou aceitando. Mas, com uma ressalva: só atenderia gratuitamente às terças-feiras das oito ao meio dia. Depois de trinta anos atendendo os necessitados dessa forma o médico desencanou. Chegando ao céu foi entrando pela porta principal quando o anjo lhe disse: ‘o senhor não é o médico que atendia os doentes? Pois bem, sua entrada não é por este portão, mas por outro que está mais à esquerda’.

O médico sentiu-se importante e achou que o outro portão era a entrada para aqueles que tinham ajudado os necessitados. Ao chegar ao portão indicado encontrou-o fechado e uma multidão esperando para entrar. O médico, então, pacientemente aguardou. Quando o portão abriu os que aguardavam começaram a entrar. Justamente quando chegou a vez do médico entrar o portão fechou-se.

O médico, então, indignado arguiu um anjo que estava ao lado do portão: ‘eu tenho que entrar por este portão. Na Terra era médico e ajudava muitos necessitados e por isso me disseram que minha entrada é por aqui’. O anjo, então, respondeu a ele: ‘sim, o senhor vai entrar por aqui, mas precisa esperar o portão abrir novamente’.

O médico perguntou: ‘quando isso acontecerá?’ O anjo respondeu: ‘na próxima terça, das oito ao meio dia’.

O sacrifício que cada um faz para ajudar o próximo de nada adianta se não vivenciar esses momentos amando o próximo e a Deus verdadeiramente. Quem se sacrifica vive o seu carma, mas se não tiver amor ao vivenciá-lo, ele não foi vencido. Este terá que vivê-lo novamente nesta ou em novas vidas.

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