Tenho falado constantemente sobre a busca desenfreada que os espiritualistas fazem nos dias de hoje à procura de informações sobre a elevação espiritual. Tenho mostrado que esta busca tem sido danosa ao ser humanizado espiritualista porque o está levando à ociosidade, ou seja, a não praticar nada no sentido de aproximar-se de Deus. Apesar disso, a busca continua. Por isso, hoje quero dar uma orientação.


O que é ser espiritualista? Segundo Kardec, é aquele que acredita haver em si algo mais do que a matéria. A esta afirmação acrescentamos: e vive para este algo mais. Apenas acreditar haver em si algo mais do que a matéria é viver apenas com a crença, mas sem a prática, o que nada constrói no sentido da elevação espiritual. Por isso acrescentamos que é preciso praticar esta crença, ou seja, viver para este algo mais.
É fundamentado neste conceito e ciente de que o afã de buscar não consegue ser contido que hoje dou um conselho para os espiritualistas: se querem persistir em procurar informações, pelo menos mantenham coerente com sua crença. Se o espiritualista diz acreditar que há algo nele mais do que matéria, busque informações que contemple este algo mais e não aquilo que hoje vivem.
Ser espiritualista é acreditar no mundo espiritual. É crer que é um espírito que possui uma existência eterna na qual ele vivencia pequenos momentos humanizados. Crendo nestas coisas, é até lógico que o ser humanizado espiritualista busque informações que premiem o mundo onde vive eternamente e não aquelas que digam respeito àquele onde vivem poucos momentos.
Que tipo de informações que premiam o mundo dos espíritos? Aquela que fala a respeito da felicidade que Deus tem prometido aos seus filhos. Que felicidade é esta? Para o ser, enquanto humanizado, a melhor definição para ela é um estado de espírito onde ele se encontre em paz consigo, com as outras pessoas e com o mundo.
Que tipo de informações dá mais valor à felicidade deste mundo? Aquela que se fundamente em ser, estar ou fazer. Aquela que leve o ser humanizado a obter mais posses, sejam elas sentimentais, morais ou materiais. Aquela que busque satisfazer os desejos íntimos de cada um.
Para aqueles que se dizem espiritualistas e que não extinguem a procura por informações por imaginar que existe uma verdade a ser conhecida, aí está, portanto, um fundamento que ele deveria seguir na hora de realizar a sua busca: procurar verdades que estejam vinculadas a paz de espírito, ao invés de expor-se àquelas que falam em ser, estar e fazer, em possuir ou satisfazer-se.
Se você gosta de buscar informações, mesmo sabendo que está correndo o risco de perder-se neste processo, é preciso pesar aquilo que está recebendo, ao invés de entregar-se a um ensinamento que não vai servir para aquilo que diz estar buscando.
Tenho visto muito seres humanizados perdidos por conta da multiplicidade dos ensinamentos ao qual se expõe. Estes, ora se apegam à ensinamentos que os levam à felicidade depois da vida; ora se apegam àqueles que premiam a felicidade nesta vida. Isso só leva à contradições e retrocessos na caminhada.
Aquele que realmente quer avançar não pode viver assim. Ele precisa saber exatamente o que quer e manter um norte nesta vida que seja ligado àquilo que afirma querer na hora de buscar um ensinamento, um caminho.
Quando o ser humanizado sabe o que quer, busca apenas informações inerentes a este querer. Mantendo-se firme no fundamento da sua procura, ele é capaz de distinguir na informação que recebe à que mundo ela premia. Com isso, ele descarta aquelas que não o conduzem ao seu norte. Agora, se não tem consciência do fundamento da sua procura, o ser humanizado vira uma bola de pingue-pongue sendo jogado ora para um lado, ora para outro.