Participante: Joaquim falou em unidade com um e com todos, fundir-se com o próximo. Você não gosta do amarelo, eu também não gosto. Isso que é fusão. Bem sou engenheiro e meu próximo está dentro de uma casa que irá cair, por motivos óbvios tecnicamente. Eu digo a ele que ele deve abandonar a casa imediatamente porque a casa irá cair a qualquer momento, ele não acredita, e diz que Deus não vai deixar isso acontecer. Eu me abraço a ele e morro junto, digo a ele que ele está certo, que Deus vai ajudar e saio ou chamo a defesa civil para tirá-lo na marra?
O que você vai fazer, não sei, porque você não vai fazer nada! Tudo será feito por Deus!
Agora se a pessoa quer ficar na casa dela, mesmo sabendo que corre o risco de morrer, que direito você tem de tirá-la da casa? Você é dono da verdade? Pergunto: e se ele quer morrer, você tem o direito de impedi-la?
Qual o problema de morrer? ‘Ah eu salvei uma vida’. Vocês acham mesmo que alguém mudar o que Deus escreveu para outra pessoa? Jura que nessa altura do processo de busca espiritual vocês ainda estão preocupados em salvar alguém, ainda se acham capazes disso?
Uma vez me perguntaram: ‘se você, Joaquim, vê alguém com uma arma na mão, pronto para dar um tiro na cabeça, o que faz?’ Respondi: ‘digo, boa morte’! Se alguém quer se matar, que direito tenho de não o deixar morrer?
Respondendo a pergunta, como você disse, faça a sua parte: como engenheiro diga que conhece e sabe que a casa vai cair. Mais, avise: se eu fosse você não ficava aqui dentro. Pronto, acabou a sua parte.
Se ele insistir, se disser que Deus irá socorre-lo, vá embora e esqueça. Sabe de uma coisa: o socorro de Deus pode ser justamente o matar. Lembre-se morre quem tem que morrer, na hora que determinada para morrer.
Volto a repetir: tudo isso interno. O que você vai fazer externamente, se vai arrancar a pessoa da casa, se vai ficar lá dentro junto com ele, se vai chamar a polícia, eu não sei. Isso são atos; é Deus que faz!