As diferenças que perecem existir nas ações, nas não ações, ou indolência neste caso, e nas ações ruins, só dizem respeito ao homem que pensa no mérito e no demérito. (Bhagavata Puranas)
Ação ou indolência, ação boa ou ruim … O que são essas coisas? Multiplicidades criadas pelo ego. Ou seja, estamos continuando no mesmo assunto.
Só que agora o Bendito Senhor ensina que só acredita na multiplicidade das coisas aqueles que creem no mérito e no demérito. Esse é o ensinamento desse texto. Agora vamos conversar.
Se a multiplicidade das coisas é apenas uma fantasia fantasmagórica, quer dizer que não existe certo ou errado, bom ou mau, bonito ou feio. Será que isso está certo? Para conferirmos a informação precisamos nos lembrar de outro ensinamento de Krishna transmitido no Bhagavad Gita, e que também foi ensinado por Cristo: o universo é emanação de Deus.
A emanação existe quando o próprio Deus gera as coisas. Como Ele é Perfeito, não podemos admitir que gera coisas boas e outras más. Como é Único, não pode gerar multiplicidades. Se gerasse, seria duplo ou pelo menos instável, inconstante. Só que como já vimos em O Livro dos Espíritos, Deus imutável.
Portanto, se tudo o que vem de Deus é uno e único, não podemos conceber a existência de elementos que concedam mérito ou demérito às coisas. Mas, apesar disso, o ego, como é formado na pluralidade, possui essas crenças, trabalha com esses valores. Ou seja, algo emana de Deus como único e sem classificação, mas o ego classifica como bem ou mal, certo e errado, bonito ou feio.
O homem decaído, ou o espirito que não detém o controle sobre o ego humano, acredita nessas criações. Acredita que existem coisas boas a serem feitas e que existem coisas más que podem ser feitas. Acredita que alguma coisa ou lugar pode ser belo e outro feio. Que algo pode estar limpo ou sujo, arrumado ou desarrumado. Já o homem lúcido, ou aquele que é senhor da mente, não acredita nessas consciências.
Volto a repetir algo que vou falar praticamente todas as vezes: o ego do homem lúcido ainda trabalha com a sensação de mérito ou demérito para a percepção ou emoção que cria. A diferença é que por estar lúcido, o ser não acredita nisso. Ele sabe que é criação do personagem humano, da outra personalidade que não é ele. A personalidade do homem lúcido pode ter os critérios de mérito e demérito, mas o ser que aprender a conviver de forma universal e espiritual com sua personalidade transitória, não se deixa levar por essa razão.
Lembram que falei quando do trabalho do carma o quanto é importante mantermos acessa a chama da discussão do trabalho contra o ego? Esse é o aspecto mais importante da vida de um espiritualista. Sabe porquê? Porque você nasceu para isso. Não há um nascimento, uma encarnação onde não haja a necessidade de controlar a razão do personagem humano para assim permanecer puro, simples. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que haja um tentador, um diabo. A razão da personalidade humana é o tentador do espírito.
Sabe quem é o ser humano que você imagina ser? Aquele que tanto defende? O diabo que tenta o espírito. É aquele que na parábola do Evangelho de Mateus depois que Cristo está 40 dias e 40 noites no deserto vai tenta-lo.
Qual o seu nome?
Participante: José …
Não, o José é o diabo da sua existência. Sempre que defende ou elogia a personalidade humana que a qual está ligado, cultua o diabo. Quando embeleza, defende, atende os caprichos e quer que o José ganhe alguma coisa, está cultuando o diabo.
Essa é uma consciência que o senhor da mente tem. Por isso, não se preocupa em embelezar, defender, elogiar, atender as posses, paixões e desejos da personalidade humana que está ligado. Quando a mente cobra fazer essas coisas, diz: sai daqui satanás.
Acho que, como vocês dizem, peguei pesado agora, não é? As mulheres, que vivem o prazer de escolher uma roupa para comprar, devem estar se sentindo mal com o culto a satanás, não é mesmo? Mas, lembrem-se: é tudo fantasia fantasmagórica. Deixe a personalidade humana fazer as compras dela e não envolva você nisso.