Pergunta: Quando um jovem, por exemplo, estuda e tem um ideal de formar uma família, comprar uma casa, ter filhos, como é que o senhor entenderia esta forma de viver?


Eu entenderia como um carma. O pensamento que cria um ideal de vida é uma prova para o espírito, pois é como se fosse Deus perguntando: você tem este ideal, mas só será feliz se consegui-lo?
É uma provação de humildade. Para ser aprovado esse ser deve constatar que tem o ideal, mas se conseguir alcançá-lo, ótimo, se não, ótimo do mesmo jeito. No entanto, prendendo-se ao ideal como condição para ser feliz e lutar sofrendo até consegui-lo, torna-se obsessão.
Lutar por um ideal ou deixar de fazê-lo não indica desamor ou amor, mas a forma como se lida com o ideal durante a vida é que pode denotar nossa condição sentimental.

Pergunta: Agora lutar para conseguir o ideal não é contrário à evolução espiritual.


Lutar ou não para conseguir não depende de ninguém: é vida, é Deus quem faz.
Nós estamos buscando compreender a vida em outro plano e não na ação física, porque essa não se pode mudar. Ela foi escrita pelo próprio espírito antes da encarnação e Deus a fará acontecer agora dentro deste roteiro pré-traçado e nada mudará isto.
Portanto, se o ser tem um ideal e luta, é porque assim age, agora se ele o tem, mas mesmo assim não luta, é simplesmente porque não luta. É simples.
Não importa se o ser humanizado tem ou não um ideal, se luta ou não para conquistá-lo: isto estará pré-traçado e não poderá ser alterado. Para evoluir o que precisa fazer é aprender a conviver consigo mesmo sem sofrimento. Portanto a reforma íntima não é deixar de ter ou não um ideal, lutar ou não por ele, mas deixar de sofrer em qualquer condição.
A reforma é íntima, ou seja, do imo de cada pessoa. Não se trata de uma reforma externa. Não se trata de mudar o externo, de mudar o que está sendo feito, mudar as coisas como são, mas de cada um se mudar internamente, modificar o seu interior (seus sentimentos) para viver o que Deus está lhe dando.
Esta é a base da reforma íntima, esta é a base da mudança. Se não for desta forma não há como se executar nada, pois você não pode agir em nada externo, pois o ato é Deus quem comanda em forma e intensidade.

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