Pergunta: existe muito misticismo na vida, crucificação e ressurreição do Cristo, por exemplo, que já perduram por mais de dois mil anos, por que agora desmistificar essa passagem (a encarnação Jesus Cristo)?

 Para que os seres humanos alcancem a Verdade, a Realidade. Para que os humanos parem de esperar que os santos resolvam a vida por eles; parem de sonhar que Cristo vai resolver seus problemas, como, por exemplo, dar um emprego a quem não tem, dar um prato de comida a quem tem fome. Para acabar com a ilusão dos papéis na vida: pai, mãe, tio, filho, primo, etc. Acabar com as ilusões.

O objetivo de nosso trabalho é acabar com as ilusões (maya) de tudo, inclusive daquela vida. Isso só pode ser feito desmistificando-a. É preciso que cada um alcance a Realidade da vida carnal, ou seja, a necessidade da reforma individual de cada um através do seu próprio trabalho.

Sem essa desmistificação os seres humanizados permaneceriam eternamente como hoje estão. Para eles todo o mundo espiritual tem que correr para socorrê-lo enquanto permanece parado, omisso, sem executar o trabalho para o qual nasceu: reforma íntima.

Hoje, pela visão humana, para ter basta pedir (fazer uma oração), mas isso não é verdade. Para se receber é preciso merecer e esse merecimento se caracteriza pela promoção da reforma de seus valores internos: de material para espiritual.

Os seres humanizados esquecem-se dessa verdade e vivem omissos a esse trabalho. Quando Deus promove o carma (resultado de sua ação omissa à evolução espiritual) aí apelam para os santos em orações com belas palavras, mas sem nenhuma intenção de realmente gerar o merecimento daquilo que quer receber.

Isso ocorre por causa da mistificação que se criou sobre Deus, os mestres, os amigos espirituais e a vida espiritual. É preciso acordar o ser humanizado para que ele compreenda que é necessário um trabalho individual que o torne merecedor da graça e não apenas o grito desesperado de socorro quando o medo lhe aflige.

Esse despertar pode ser caracterizado pela compreensão de que essa vida deve ser vivida com finalidade espiritual (promoção da reforma íntima) e não esperando que o plano espiritual esteja de prontidão para lhe dar o prazer.

Por isso estamos desmistificando o “Jesus Cristo” que foi criado pelo homem, apresentando o verdadeiro mestre e seu ensinamento que foi omitido até hoje.

Pergunta: mas, e se esse trabalho contrariar o que está escrito nos ensinamentos dos mestres?

Tudo o que dissemos não contraria os ensinamentos que estão no livro sagrado, particularmente o que está na Bíblia, que é o livro que transmite os ensinamentos do mestre Cristo. Contraria o que a humanidade acha que está na Bíblia: a interpretação humana dos ensinamentos.

O nosso trabalho é esse mesmo: contrariar o que o ser humano acha que está na Bíblia. Se fosse apenas para concordar com tudo o que os professores da lei dizem, não seria preciso todo esse movimento que hoje se denota no mundo espiritual.

Temos realmente que perguntar a cada um, por exemplo, quem é sua mãe, até que o ser humanizado compreenda que não possui uma mãe, mas que todos aqueles que fazem a vontade de Deus são sua mãe e seus irmãos, como mestre Cristo ensinou. Enquanto cada um interpretar a Bíblia dando valor maior à mãe do que ao resto da humanidade estará interpretando esse livro de forma individualista.

É preciso que cada um amplie a sua família, de tal forma que todos os seres do universo façam parte dela, para que alcance a elevação espiritual. Por isso Cristo ensina: “enquanto você não abandonar pai e mãe e não pegar a sua cruz e me seguir, não servirá para Deus”.

É isso que precisamos mostrar porque senão a humanidade continuará com a farsa da santíssima família. A sagrada família não está nos ensinamentos do Cristo. Pelo contrário, para ele a família carnal nada tem de sagrada dentro dos moldes que hoje é vivenciado (pequeno e restrito grupo de pessoas).

Dessa forma é isso que estamos fazendo: trazendo os ensinamentos à luz da Realidade espiritual e não como instrumento do cumprimento dos seus padrões individuais (querer).

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