Agora que está formado o exército que deverá ser combatido (o ego), o espírito precisa organizar o campo de batalha. Para isto Deus escreverá as situações da vida (acontecimentos) que participará e, como provedor da oportunidade de elevação, fará acontecer.

Estes acontecimentos, obviamente, não poderão satisfazer o ser humanizado, ou seja, não estarão de acordo com o que ele espera da vida. Eles terão que ser contrários àquilo que o ser humanizado espera para que haja a oportunidade dele optar entre o dualismo (certo ou errado) ou manter-se em paz.

Neste ensinamento está a essência da vida humana que o espírito vive, mas que pelo “véu do esquecimento” não tem consciência enquanto humanizado.

Então, durante a vida carnal o ser tem uma percepção de alguém falando. Se optar por seguir a sua personalidade sentimental o pensamento lhe dirá que esta pessoa está contrariando a sua verdade. Por esta decisão sentimental Deus lhe dará, através do pensamento, o desejo de gritar e brigar para provar ao outro que está certo.

Esta escolha sentimental leva ao fracasso na “prova”, pois o ensinamento de Cristo é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. A sensação que o espírito precisa escolher para ser aprovado é o amor a Deus acima do “amor ao que se gosta”.

Quando este for o fruto do livre arbítrio o ser não terá mais o pensamento de brigar, mas sim o de doar ao próximo a razão. Ao invés de espelhar o desejo de querer “pular no pescoço” do seu irmão, o pensamento será construído no sentido de ter vontade não contrariá-lo.

Na história que o pensamento forma para conscientemente se sentir o desejo de combater o próximo está o maya. O ser humanizado ao viver em maya (acreditando nos motivos que o pensamento expõe) não vê que todas estas histórias não são reais, pois foram montadas a partir de valores fictícios criados antes da encarnação.

Quando ele vivencia a ilusão (“eu não gosto”) como verdade, não compreende que ela foi criada justamente para ser vencida. As histórias da vida (valores que o pensamento dá às coisas) não são reais, pois seus valores são criação dos espíritos. As histórias da vida são meras obras de ficção que os seres criam para, pela interação entre ambos depois de encarnados, poderem executar suas provas.

Já o ser espiritualizado, aquele que compreende que tudo que está no seu ego e que é utilizado por Deus para formar os pensamentos são apenas proposições de carma (provas), supera tudo. Esse diz a cada pensamento: “não maya, não ego, eu não vou dar razão a você, eu não vou acreditar em você”.

Se a vida para o ser espiritualizado só oferece limão, ele não luta contra ela sonhando em comer laranja. Ele chupa o seu limão com paz, com harmonia, doando a sua intenção a Deus (propositor dos carmas) que só lhe deu limão para chupar.

Nesta simples análise que fizemos a partir do ensinamento dos mestres reside a “ciência” da vida. Aqueles que buscam ser fiéis a estes ensinamentos precisam ensinar desta forma também. É por isso que nosso ensinamento é, na maioria das vezes, diferente daqueles que são passados pelas religiões criadas sobre estes mesmos ensinamentos.

Nós jamais poderíamos fazer ou dizer algo apenas para satisfazer (atender suas verdades) apenas para lhe manter fiel a nós. Se nós disséssemos o que você quer ouvir, ou seja, aquilo no que você acredita e que está dentro da sua lógica humana, estaríamos corroborando com as suas ilusões, com os seus mayas.

Além de não estar auxiliando ninguém a vencer, estaríamos aprisionando os espíritos humanizados aos seus próprios mayas. Não estaríamos a serviço de Deus, mas sim do diabo, do ego, do ser humanizado: aquele espírito puro que “caiu do céu” (teve que encarnar) por se achar capaz de julgar a Deus (escolher sensações dualistas).