Participante: Joaquim, a coisa está em tal ponto que, por exemplo, no caso da política que você citou que se você fala para aqueles que torcem pela presidente mulher que não é esse o caminho, que nenhum presidente vai trazer a felicidade, a pessoa vai dizer que você é a favor do outro e vice e versa. Além do mais, ficam te rotulando, te jogando contra a parede, te forçando a ter uma opinião. Enfim, se você não faz uma crítica a alguém é porque é a favor do outro.
Quando você fala com alguém, deve criticar os dois lados. Isso para deixar bem claro que não tem lado.
Participante: já fiz isso … me chamaram de tudo que é nome.
Deixa falarem.
Participante: O problema é que se você começa criticando um, já falam que você escolheu. Já dizem que você é a favor do outro.
Se você só falar “não acredite nela”, certamente será taxado como apoiador do outro lado. Se falar direto “não acredite nela nem em nenhum outro” ou “não perca tempo acreditando em qualquer um porque está perdendo a oportunidade de ser feliz agora”, você vai deixar bem claro qual é o seu lado.
O problema é que muitas vezes vocês acham que a pessoa vai entender que não está levando nem para um lado nem para o outro. É preciso ser muito claro, deixar bem claro isso. Por isso, sempre que escreverem ou falarem com alguém com a intenção de ajuda-lo a ser feliz não pode faltar a afirmação de que o trabalho é interno. É dentro de si mesmo que cada um precisa trabalhar para ser feliz no agora, pouco importando com as coisas estão.
Vocês não acham que falaram de mim quando eu comentei sobre os ataques à presidenta? Claro que falaram. Porque vocês acham que ninguém vai falar de vocês?
Portanto, se falarem ou não de vocês, esse trabalho é importante e necessário. Por isso é preciso que vocês se conscientizem – quando eu falo vocês, estou falando de todos aqueles que dizem que querem buscar a felicidade – que devem se preocupar com essa questão. Devem se preocupar com esse monstro que está matando vocês.
Como é nome daquele bicho que tem um monte de cabeça? Hidra. Devem se preocupar com a hidra sistema humano de vida e suas múltiplas facetas.
É isso que quero que vocês interiorizem: o meu trabalho é mostrar a hidra e ajudar os seres humanizados a derrota-la. Digo que o trabalho é seu porque você o aceitou. Eu poderia ter dito que você tinha uma missão e você me responder: “eu não quero essa porcaria, vou embora, não quero ficar aqui”. Neste caso, esse não seria o seu trabalho.
O seu trabalho, aquele que você aceitou, precisa ser compreendido como algo necessário aos outros. Mais: precisa ser sentido como algo urgente.