INTELIGÊNCIA E INSTINTO – Comentários de Joaquim de Aruanda ao Capítulo IV do livro I – Das Causas Primárias – de O Livro dos Espíritos.

SUB-CAPÍTULO III – INTELIGÊNCIA E INSTINTO

Pergunta 71 – A inteligência é atributo do princípio vital? Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o espírito se uma à matéria animalizada para intelectualizá-la.

Pergunta 72 – Qual a fonte da inteligência? Já o dissemos; a inteligência universal.

Pergunta 72a – Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material? Isso não passa de simples comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis, há coisa que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.

Pergunta 73 – O instinto independe da inteligência? Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres proveem às suas necessidades.

Pergunta 74 – Pode estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa o outro? Na verdade não se trata de estabelecer uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, mas entre a utilização do processo instintivo e o racional, já que os dois (instinto e razão) são processos utilizados pela inteligência.

Pergunta 75 – É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais? Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Este quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a ração. Nunca se transvia.

Pergunta 75a – Porque nem sempre é guia infalível a razão? Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre arbítrio.

Compartilhar