Precisamos nos desapegar das formas, pois elas são geradoras de paixões que levarão a um desejo, a um condicionamento para ser feliz. Para isso é preciso declarar expressamente para si mesmo: a forma é uma ilusão, é um maya, é uma criação do espírito, não é uma Realidade do universo.

Vejamos agora esse ensinamento na prática. Aplicando-se a ideia de que tudo que existe é apenas fluído universal combinado de diversas formas, podemos afirmar que a vida humana se processa em uma massa de fluídos universais, ou seja, o espírito humanizado vive em uma massa compacta de matérias energéticas. Apesar disto, distingue formas isoladas nessa massa compacta.

Por exemplo: você está sentado em uma cadeira. Este objeto que apoia o corpo não existe, pois é fluído universal. O corpo que o espírito está habitando e que imagina ser ele mesmo, por ser material, também é fluído universal. O ar que existe entre o corpo e a cadeira e ao redor dele, não é ar, mas sim fluído universal.

Dessa forma, onde se vê uma pessoa sentada o que existe, na realidade, é uma massa homogênea formada só do elemento universal. A distinção que se dá criando as diversas formas não é real, mas apenas o fruto da ação dos cinco agregados. 

Todo espaço que você imaginar é na verdade uma condensação de fluído universal, uma massa compacta desse elemento. A partir dessa consciência pergunto: como pode o ser distinguir formas? Como alguém pode ser capaz de dizer que uma coisa é cadeira, a outra é “eu” e a outra ar?

Pela forma que é criada pela razão do ser humanizado que está presa aos cinco agregados.  Nesse trabalho ainda falaremos como se criam as formas, mas neste momento o importante é entender que a forma não é do objeto, mas apenas criação do espírito humanizado.

Para poder viver a Realidade do universo (uma massa compacta de fluído universal) é que o espírito precisa se libertar da ação do agregado forma. Se o ser não se deixar levar pela forma das coisas não se apaixonará positiva ou negativamente por elas. Abolindo as formas da sua existência compreenderá, então, o maya em que vive: a ilusão de estar sentado numa cadeira, fumando um cigarro, tomando um café ou olhando para este papel.

Nenhum destes elementos (cadeira, cigarro, café e papel) existe distintamente, pois são simples variações do fluído universal, mas você, o espírito encarnado, cria a ilusão que tudo isso existe e, por isso, vive o maya de se achar sentado, de fumar, de beber e de ler. Ainda por causa disso, vive paixões positivas ou negativas por cada um dos elementos e com isso é assediado por desejos que condicionarão a felicidade.

Saiba: tudo é maya, o objeto e a ação. Só existem para o ser humanizado porque está preso ao agregado forma.

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