Participante: mas, do processo de meditação não vou tirar novas verdades? Devo acreditar nelas? Não é para dizer sempre não sei?


Sim, tirará novas verdades.
‘Eu não quero que meu chefe me dê bronca porque o considero um incompetente’. Isso é uma verdade que surge da meditação, mas é uma coisa que não deve também acreditar. Acontece que quando você não acredita numa verdade que surge dentro do processo de meditação seca a fonte que gerou a verdade que estava mais na superfície.
Não estou falando para fazer o trabalho de meditação para ouvir verdades e toma-las como verdadeiras. É apenas para reconhecer que elas existem e que estão gerando outras.
Voltando à comparação com o exército, eu diria que quando você ataca apenas a verdade superficial está matando o soldado descartável que falamos. Quando descobre a raiz daquela realidade, mata o cabo. Com isso mata o cabo que comanda um grupo de soldados.
Vá fazendo isso e paulatinamente vá matando os que comandam os soldados inimigos. Agora, nunca espere chegar ao general, porque isso nunca acontecerá.


Participante: a mente está o dia inteiro tagarelando. Estou dizendo sempre a ela que não sei, dane-se, mas no momento da meditação o que vou pensar se ouço muitas coisas?


A que lhe vier a mente primeiro.
Você sabe muito bem que ao chegar em casa, ao estar consigo mesmo, surge logo o pensamento sobre algo que aconteceu durante o dia. Medite sobre isso.