Participante: quando eu fico como você diz totalmente voltado para Deus e não para a minha mente, meus amigos ficam preocupados comigo. Dane-se para eles?

Dane-se pra eles…
Quando me fez esta pergunta, você me levou a outra arma que a mente se utiliza. Brincando, vou dizer que nunca falamos dela em nossas conversas e também que acho que nunca ouviram falar dela: as quatro âncoras…
Vontade de vencer, medo de perder; vontade de ter o prazer e medo de ter o desprazer; vontade de ter a fama, o reconhecimento e medo de ser difamado; vontade de ser elogiado e medo de ser criticado. Esses são argumentos que a mente usa e como você acredita na existência do eu, passa a achar que você tem vontade de ganhar, que tem vontade de ter o prazer, que quer o reconhecimento e o elogio. Mas, você não quer nada disso… Só passa a querer porque acha que é você que pensa, porque acredita que os pensamentos são seus, pois é ele que coloca a ideia de querer.
Quem vive a necessidade de ganhar e o medo de perder, está morto. Está morto porque ninguém ganha sempre, porque para ganhar esse terá saberes e tentará exercer a sua posse o seu comando sobre os outros. Por isso é necessário que transforme o outro em cópia do que quer porque aí ele ganha, é reconhecido como a pessoa que sabe orientar os outros e tem o prazer de ser elogiado: olha como ele fez isso e aquilo outro…
Essa é outra arma que tanto o saber – porque você só ganha quando o seu saber é atendido – e a posse se utilizam para gerar uma realidade.
Sabe por que alguém faz alguma coisa errada? Sabe por que a sua mente cria a ideia de que alguém faz alguma coisa errada? Para que você, que se aceitou como eu e que quer ganhar, lute contra o próximo para ganhar. Não há vitória se você concordar com o outro. Por isso a mente gera um ferimento que falaremos mais tarde: contrariedade. Contrariedade é um ferimento que conversaremos numa próxima oportunidade.
Eis aí mais uma arma dos assassinos do ser: as quatro âncoras.


Participante: a mudança de sentimento do mal e do bom para um sentimento equânime muda a sua realidade de vida? Caso você escolhesse se sentir mal diante de um acontecimento da vida, sua realidade seguinte seria outra? Pergunto isso porque como o senhor já disse, o livre arbítrio é sentimental…


Se a realidade fosse outra, nós não teríamos uma vida pré-programada. Se não tivéssemos uma vida assim, Deus não seria Onisciente, porque dependeria do seu agora para gerar um futuro.
Portanto, a resposta à sua pergunta é não. Pode levar por caminhos diferentes, mas todos estes caminhos já foram pré-programados. Portanto, eles já existem e não são coisas novas. Com isso Deus continua Onisciente porque toda a sua encarnação continua sendo pré-programada e você vai andando por caminhos que já existem.