Nesse áudio, que foi gravado durante o estudo de O Livro dos Espíritos, Joaquim de Aruanda deixa uma coisa bem clara: para renascer tem que morrer antes. Com isso ele mostra que o ensinamento do Espiritualismo Ecumênico Universal não tem como objetivo construir uma vida nova, mas ajudar no matar a vida que se tem hoje. +10
Participante: estou enroscado com o seguinte dilema. Sempre achei que poderíamos ter um referencial para a reforma íntima e elevação espiritual no tocante a termos consciência se estamos no caminho certo ou não. Aí vem o senhor e diz que nada existe, que não há certo ou errado. Nem através do que sentimos podemos saber. Afinal, que referencial podemos usar para esse trabalho? +20
Participante: e quando chegamos vazio onde as coisas já não tem mais sentido? Quando se chega ao vazio que faz as coisas não terem mais sentido, o sentido muda. Não é que não há mais sentido: ele muda. Ao invés de viver prazer e dor, você vive a felicidade. No vazio o sentido passa a ser a vivência da vida com paz de espírito, com o estar bem consigo e com o mundo. Portanto, não é que não haverá mais…
Participante: Joaquim, me sinto no Alcoólicos Anônimos: um dia de cada vez… Sim: é preciso viver um dia de cada vez. É isso que estamos propondo há algum tempo: que vocês consigam viver um dia de cada vez, uma tentação de cada vez. Aliás, eu disse para o pessoal que começou conosco há quinze anos: eu não espero que saiam deste trabalho santos: tenho a certeza que não vão. No entanto, vocês podem passar o tempo que têm que estar…
Participante: como se libertar do desejo que a mente sugere? +2
Para viver o não-sofrimento é preciso parar de achar que é o outro que nos incomoda, porque ninguém incomoda ninguém: quem se sente incomodado somos nós mesmos. Nós criamos o incômodo, nós vemos, no que os outros fazem, um incômodo. Isso vale para tudo: somos nós que vemos no que os outros fazem ou dizem, a acusação, a crítica, etc. Não é o outro que nos critica ou ofende: somos nós mesmos… A dinâmica do não-sofrimento consiste exatamente neste olhar…
Vimos que o não-sofrimento trata-se de aprender a conviver com o sofrimento que aparece na vida sem deixá-lo nos fazer sofrer. Mas, qual a dinâmica para isso, ou seja, como fazemos para viver com dignidade o sofrimento? O não-sofrimento só pode ser realizado dentro de nós mesmos. Por isso, a sua dinâmica começa com a profunda imersão em si mesmo, nunca fora. Não dá para aprender a vivenciar o não-sofrimento querendo mudar quem ou o que está fora. Não dá…
Participante: Será que um dia nós conseguiremos treinar esta maneira de agir e determinada pessoa não mais me incomodará? Não. O não sofrer não passa por deixar de sofrer em situações idênticas sempre. No estado de não-sofrimento a outra pessoa continuará lhe incomodando, mas você não mais viverá o incomodo. Você ainda está falando exatamente dentro do que disse no início desta conversa: nós não sabemos ser felizes. Ainda esperamos que a felicidade seja a resultante da mudança do outro…
Participante: nós, seres humanos, sempre aprendemos a ganhar desde pequenos. Sempre foi essa nossa educação. Será necessário nos reeducarmos? +7
