Participante: meu avô ouviu dizer que a gente ganha muito mais com Deus quando a gente suporta aquilo que a gente chama de ruim e ganha pouco quando faz algo de bom. O senhor poderia dizer algo sobre como suportar mesmo sentindo dor e achando que o que está sendo feito pareça desnecessário?
Saber que algo é desnecessário ou que está acontecendo uma dor, é resultado da aplicação de um ismo, ou seja, é viver uma obrigação.
Seu avô está quase certo. Ele fala em suportar, mas a ideia não é suportar a dor: é se libertar da dor. Quando se suporta a dor, acontece uma resignação. Só que resignar-se não leva a Deus. Quando se alcança a libertação da dor, ou seja, tá doendo, tá e daí, o que que eu vou fazer, está se vivendo em comunhão com Deus.
Participante: mas isso não é se resignar?
Não, a resignação é: ah eu estou sofrendo, que coisa horrível! Outra coisa é: estou sofrendo e daí?
O que falei é uma forma de encarar diferente, não resignada, mas agindo para se libertar da dor.
Então, o seu avô está certo: é preciso viver a dor, passar por ela, mas se deve fazer isso trabalhando para se libertar dela. Isso não se alcança achando que a dor está errada, que não deveria existir, que ela precisa acabar. Quem vive assim consegue a paz, a harmonia e consegue a felicidade.