Eu, Paulo, escrevo esta carta, eu que sou servo de Jesus Cristo e apóstolo escolhido e chamado por Deus para anunciar a Boa-Notícia do Evangelho.

Há muito tempo essa Boa-Notícia foi prometida por Deus, por meio dos seus profetas e escrita nas Escrituras Sagradas. Ela fala a respeito do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo. Como homem, ele foi descendente do rei Davi. E, quanto à sua santidade divina, foi a sua ressurreição que provou, com grande poder, que ele é o Filho de Deus. (Ccarta aos Romanos – Capítulo.1 – versículos 1 a 4).

Como homem, Jesus Cristo é descendente de Davi, ou seja, um ser humano, mas quanto a sua santidade divina o que a comprovou foi a ressurreição.

Aproveitamos esse trecho para perguntar: o que é ressurreição? É a volta ao mundo espiritual (desencarne, morte) com a consciência espiritual já adquirida. Quem consegue libertar-se da carne com a consciência de ‘ser espírito’ ao invés de imaginar-se o personagem humano que vivenciou durante algum tempo, alcança a ressurreição.

Morrer (desencarnar) todo espírito encarnado irá, mas só alcançará a ressurreição aquele que, nesse momento, já houver promovido a sua reforma íntima, ou seja, já tenha alcançado a consciência de que é um espírito e utilize como verdades apenas aquelas que são inerentes à pátria celeste.  Quem durante a vida promove a sua reforma sai da carne vestido de roupa de espírito ao invés de estar vestido de roupa de ser humano (carne, matéria).

Jesus Cristo passou pela ressurreição porque ao sair da carne havia vencido o mundo, ou seja, havia conseguido vivenciar a vida carnal dentro dos padrões espirituais (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo). Ele conseguiu vivenciar a vida carnal como espírito e por isso garantiu a si mesmo o título de Filho de Deus.

Na verdade todo espírito é filho de Deus, mas o espírito humanizado, aquele que vive a vida material dentro dos valores individualistas (eu sou, eu quero, eu posso), é como o filho pródigo que foge de casa e não convive no ambiente familiar: o universalismo. Ele é filho, mas não se reconhece como sendo, pois não vivencia essa realidade. Somente aquele que consegue atingir a identidade espiritual é que se reconhece como filho de Deus.

O auto reconhecimento da sua essência espiritual e a vida dentro do universalismo é como a volta do filho pródigo, ou seja, daquele que um dia abandonou o lar paterno e que agora retorna à sua casa. Retornar à consciência espiritual ao invés de se reconhecer como humano é, portanto, a volta do filho pródigo.

Desta forma, Paulo começa nos ensinando que Cristo conseguiu a vitória (se auto reconhecer como Filho de Deus) e é por isso que ele fala: ”Eu sou o caminho a verdade e a luz. Ninguém chega a Deus a não ser através de mim”.

Sendo assim, se você quer conseguir a vitória espiritual, quer sentir-se como Filho de Deus, é preciso que alcance a ressurreição ao sair da carne, ou seja, já saia dela de posse da consciência espiritual, vestido de roupa de espírito.