E, porque esse seres humanos são assim tão loucos, Deus os entregou aos desejos de seus corações para fazerem coisas sujas e terem relações vergonhosas uns com os outros. (Carta aos Romanos – Capítulo 1 – versículo 24).
Cuidado com o termo relação vergonhosa. Muitos já julgaram que aqui estava uma crítica ao homossexualismo, mas não é isso…
Eles trocam a verdade de Deus pela mentira e adoram e servem o que Deus criou, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém. (versículo 25).
Esta é a real relação vergonhosa do ser humano: louvar aquilo que Deus criou e não a Ele mesmo. Mas, não estamos falando somente dos religiosos, mas de todos os seres humanos.
Os naturalistas, por exemplo, religiosos ou não, têm uma relação vergonhosa, porque não se relacionam com Deus, mas com a natureza. Para eles o bicho, a planta, são as coisas mais bonitas… Não, eles são uns loucos, porque a beleza do bicho e das plantas é Deus. Essa é a relação vergonhosa.
Os seres humanos que se relacionam com as coisas que Deus criou, inclusive com outro ser igual a ele, adorando o elemento e não a Deus, possuem uma relação vergonhosa com o Pai.
Quando você se relaciona com o próximo adorando a si ou ao outro (eu estou certo, ele é bom, eu sou bonito), está adorando aquilo que Deus criou: o seu ego, o personagem humano. Esta é uma relação vergonhosa, do ponto de vista espiritual, porque vive a criação como se fosse o próprio Criador.
Essa é a relação vergonhosa que Paulo fala e não das relações homossexuais…
Por causa do que estas pessoas fazem, Deus as entregou às paixões vergonhosas. (versículo 26).
O que se obtém destas relações? O prazer, as paixões, os desejos…
Esse é o fruto da relação imoral entre o ser humanizado com as criações de Deus, da adoração às coisas e não ao Senhor, e foi a ele que Deus entregou os espíritos humanizados que não vivem com e para Deus.
Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. (versículo 26).
Pergunta: O que são relações naturais?
O que deveria reger as relações entre os seres humanizados e entre eles e os demais elementos do mundo? O amor universal… Tudo na existência carnal deveria ser vivenciado de uma forma espiritual, para que o que é natural (da natureza do espírito), fosse mantido…
Mas, as mulheres (seres humanizados encarnados em matérias com esta forma) trocam esta relação pelo amor maternal, filial, marital, amizade, etc. Trocam a relação natural (com amor universal) com seu corpo pela vaidade (que leva à plástica, maquilagem, moda).
Paulo não está falando de relação sexual entre duas mulheres (homossexualismo), como muitos dizem que está neste texto. Apenas porque foram usadas as palavras relações vergonhosas os seres humanizados logo levam para este lado, mas tudo isso ainda está ligado à relação vergonhosa de adorar a obra de Deus sem louvá-Lo.
Neste parágrafo ele está falando de uma mulher adorar outra, mas isso também serve para a adoração a um homem, por exemplo, sem colocar Deus (o amor universal) nesta relação e não só de ações homossexuais.
Deixe-me dizer uma coisa: Paulo é o mais polêmico dos apóstolos, por que foi o único que entendeu a Realidade dos ensinamentos e muitos outros debates ainda surgirão neste estudo
Ficou clara, então, a relação vergonhosa de uma mulher com outra? Nada tem a ver com homossexualismo, mas do espírito humanizado encarnado nesta forma ter uma relação com outra mulher na base do individualismo.
E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. (versículo 27).
Participante: Aqui, com certeza fica muito claro o lado homossexual, não?
Não… Vamos entender…
Paulo afirma: os homens se queimam de paixões por outros homens… O que é se queimar de paixão? Adoração, amizade, vaidade, orgulho, etc. Qual deveria ser a relação natural entre eles? A prática do amor universal.
Um homem que considere outro certo, que se imagine amigo deste, não está se queimando de paixão por ele? Claro que sim, porque tem verdades a respeito deste outro.
Mas, quem é o amigo? Criador ou criatura? Então, o homem que acha algum outro certo se queima de paixão numa relação vergonhosa, já que está adorando a criatura ao invés do Criador…
Participante: Mas, cada um pode interpretar este texto de um jeito sem estar, por isso, “errado”…
Não… Cada um pode dizer o que quiser, mas interpretar este texto de forma diferente não pode.
Paulo fala anteriormente na paixão verdadeira e ela é uma só: amor a Deus acima de todas as coisas… A partir daí ele afirma que a paixão que é vergonha para os seres humanos é relacionar-se com a criatura como se fosse Criador… Foi isso que estudamos até aqui e agora não poderíamos mudar o sentido dos ensinamentos de Paulo para relações homossexuais… Por isso o texto não pode ser interpretado de forma diferente.
Vamos tirar o sexo dos personagens envolvidos no texto… Falemos da paixão vergonhosa de um homem com uma mulher…
Quando ela acontece? Quando não é fundamentada no amor universal (amor entre espíritos), mas sim nos conceitos egoístas (eu gosto, eu acho certo, é meu) do ser humanizado.
Quem ama universalmente falando não deixa que os conceitos poluam a relação entre os eles e os demais elementos do Universo. Esta é a relação natural, da natureza do espírito, e, por isso, não é vergonhosa. Mas quem se deixa levar primariamente pelo seu individualismo, se relaciona de uma forma vergonhosa com os outros.
Esta Realidade independe de sexo. Não importa se estamos falando de homem ou mulher relacionando-se com seu igual: se houver paixão humana (gostar) há uma relação vergonhosa.
O que mais causa a interpretação de que aqui está embutida uma crítica ao homossexualismo, o que é comum entre os seres humanizados, é o termo relação… Por causa dele cria-se logo a imaginação de que está se falando de relação sexual, mas estamos falando de relacionar-se (estar em contato), em qualquer nível.
Trocar a sua relação natural é deixar de viver como espírito durante os relacionamentos em qualquer gênero, pois esta é a relação natural (que faz parte da natureza do ser universal) entre os espíritos, humanizado ou não.
É a partir desta Realidade que temos que entender os ensinamentos do apóstolo e não utilizando os preconceitos que estão na memória do ego humanizado.
Posso fazer uma pergunta bem clara? Olhe todas estas pessoas que estão aqui hoje… Existem seres de ambos os sexos, não? Nós estamos tendo relações aqui e agora?
Participante: Acho que sim…
Claro que estamos… Estamos nos relacionando, ou seja, tendo relações, e isto não tem nada a ver com sexo…
Participante: Mas, no texto está: se queimam de paixões…
Vocês não estão se queimando de paixões agora? Não estão gostando ou deixando de gostar por estar aqui, pelo que estão aprendendo, por mim, pelo amigo ao lado? Isto são paixões…
Então, vocês todos estão aqui mantendo uma relação comigo, entre si e com a palestra, e, com isso estão nutrindo paixões. Mas, estão nutrindo neste momento uma paixão vergonhosa porque estão fazendo tudo isso apenas a partir de seus próprios conceitos e percepções e Deus, para vocês, neste momento está longe, apesar desta ser uma reunião espiritual…
Nesta relação que estamos tendo agora estão presentes homens e mulheres. Os homens estão se relacionando com homens, as mulheres estão se relacionando com suas semelhantes; tudo dentro de uma relação vergonhosa, e nada está ocorrendo aqui que possa ser chamado de sexual…
As relações vergonhosas não são as sexuais, mas quando um quer levar vantagem sobre o outro, quando tem ódio, quando critica o próximo, quando quer ser melhor do que o outro. Isso porque esta não é uma relação da natureza espiritual, mas uma relação fundamentada na natureza humana…
Participante: Mas, esta é a sua verdade… Eu posso chegar aqui e interpretar do meu próprio jeito…
Claro que pode e muitos o fazem. Todos têm o direito de interpretar qualquer texto do seu próprio jeito.
Agora, dizer que Paulo está se referindo a relações sexuais é apenas uma interpretação individual, pois este texto é continuação de tudo que vimos antes, onde o apóstolo vem falando das relações vergonhosas com o que Deus faz e não das relações sexuais entre os encarnados. Não se pode quebrar a lógica de Paulo, pois todo o texto é uma só explicação.
É isso que precisamos compreender para poder interpretar o texto. Não podemos nos apegar apenas aos valores sexuais porque em diversos outros momentos, inclusive agora, vocês estão tendo relações com outros homens e mulheres…
Nós estamos nos relacionando aqui; você vai para o seu trabalho e têm relações lá o dia inteiro com outros homens e mulheres… Estas relações podem ser naturais (se vivenciadas com amor universal, livre de conceitos) ou vergonhosas (vivenciadas a partir dos conceitos existentes no ego de cada um).
Mais tarde Paulo falará de relações sexuais, mas quando isso acontecer, pode ter a certeza, ele será bem claro… Mas, neste texto, onde muitos dizem que há uma condenação ao homossexualismo, isso não é real. Há sim uma condenação a uma relação vergonhosa entre os seres (onde não haja amor universal).
Deixe-me dizer outra coisa… Para vocês, humanos, o homem arder de paixão por uma mulher é uma relação natural, não é mesmo? Mas, esta relação é natural para vocês, porque para nós ela é vergonhosa, pois é fomentada por uma paixão materialista e não espiritual.
A relação natural é aquela que é regida pelo amor universal. A paixão materialista, seja entre sexos diferentes ou iguais, seja de pai para filha ou de filho para mãe, ou qualquer outra relação que não seja dentro da felicidade, compaixão e igualdade, é imoral. É por isso que Cristo afirma que veio para jogar pai contra filha e filho contra mãe…
É isso que Paulo está nos ensinando: existe uma relação natural entre os espíritos e o homem (espírito humanizado) cria uma relação vergonhosa entre eles, porque são as fundamenta nas paixões que são artificiais (criadas pelo ego).
Como já dissemos, Cristo disse que não há casamento no céu. Então, uma paixão entre marido e mulher não é natural, mas artificial e acabará com a morte.
Nós não podemos continuar lendo as coisas do mesmo jeito que fizemos até agora, porque nosso trabalho é desmistificar o conhecimento humano. Desmistificá-lo é dizer que a relação não natural é qualquer uma mantida na base da humanidade, inclusive a sexual. Ou seja, qualquer relação onde entre paixão. Isto porque, a partir da paixão, surge a posse, o ciúme, a desconfiança, o desejo, etc.
Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa da sua maldade. (versículo 27).
Veja, Paulo afirma que, quando um homem tem uma relação vergonhosa (uma raiva, por exemplo) com outro homem, recebe em si mesmo (na sua vida) o castigo por isso. Não é isso que estamos ensinando? Quando você tem uma relação vergonhosa (fundamentada em paixões humanas) gera para si um carma como castigo.
Não nos esqueçamos que já tinha dito antes que a compreensão castigo como punição se prende ao ponto de vista humano, mas na verdade o carma não é uma pena, mas o amor de Deus em ação fundamentado na Justiça Perfeita.
Mas, este castigo não está apenas nas relações vergonhosas fundamentadas naquilo que é considerado “errado” pela humanidade. O carma é gerado sempre que uma paixão não natural (materialista) acontece.
A mãe que ama o filho de uma forma maternal (relação não natural entre dois espíritos) gera para si um carma. Ele poderá ser vivenciado no prazer (orgulho pelo filho) ou na dor (desavenças com ele). Estes dois acontecimentos são frutos de uma relação vergonhosa (ser mãe) que aquele espírito manteve com outro e se torna em mais uma provação para a elevação espiritual.