Participante: Mas, se nosso futuro espiritual depende desta questão, como saber o que é instinto e o que é razão?
A opção instintiva estará sempre presente, mas muitas vezes ela será mascarada pela razão. Esta, como sempre apresenta justificativas para o que é feito, é fácil de detectar. Sendo assim, se houver uma justificativa para o que você acha das coisas, houve uma ação racional: a vivência de uma Causa Primária com intencionalidade individualista.
Por esta rápida visão, você pode entender o que é ação racional: aquela que é vivenciada com uma intencionalidade, com um saber, conhecer, entender. É desta que você precisa fugir, é desta razão que você precisa libertar-se para viver em comunhão com a Razão de Deus…
Além do mais, a utilização do processo racional também se caracteriza por uma escolha, uma definição entre dois pólos de alguma coisa. Portanto, sempre que houver possibilidade de escolha entre diversas posições numa questão, prefira não escolher.
Quer um exemplo? Alguém lhe pergunta: “você vai lá em casa hoje?” Nesta pergunta existe a possibilidade de se escolher entre dizer que sim ou não.
Para esta escolha você utilizará a razão: analisará os seus compromissos, a sua vontade, etc. Por isso lhe digo: não escolha nada. Responda apenas: “se Deus quiser…” Agindo assim estará entregando o controle da situação futura ao Pai, ou seja, escolhendo esperar o comando de Deus através do “faça-se”, o que é a marca dos seres instintivos.
O ser evoluído declara-se incapaz de decidir o futuro porque reconhece que a ação, mesmo que falseada pela razão por justificativas, nasce do “faça-se” de Deus e não da vontade de cada um. Com isto, este ser evita para si um grande problema: o sofrimento.
Se ele se guia pela razão, ou seja, fica convicto que irá ou não, e acontece diferente do que ele previu, não há razão para sofrimento. Agora, se ele se apega às conclusões do processo racional, sofrerá se a intenção não for contentada.