Participante: a ideia de só viver e não fazer nada me incomoda muito, mas talvez seja só questão de semântica. Podemos fazer muita coisa, desde que sem desejo. Ou seja, fazer o que tiver que fazer e não o que quer fazer. As ações a serem feitas surgirão ou não. É isso?

Você começa sua pergunta afirmando que a ideia de viver e nada fazer lhe incomoda, mas isso não é real. Quem se incomoda com alguma coisa é a sua mente e não você. Isso porque é ela quem precisa de realizações e não você. Esse é o primeiro detalhe. A mente usará de todos os artifícios para lhe prender lhe prender à humanidade. Uma das coisas que ela cria é o fato de você estar incomodado com alguma coisa. Não, você não está incomodado. Isso faz parte da humanidade porque espírito não se incomoda com nada. A mente diz para você que precisa tomar remédio. Aí você diz que não gosta de tomar remédio. Não, não é você que não gosta: é a mente que cria ideia do não gostar. Você diz que não quer determinada coisa: não é você que não quer, é a mente que fala para você que não quer. Como disse, o espírito vive o que se apresenta sem gerar interpretação alguma para o que está acontecendo. Por isso, o espiritualista, aquele que busca a elevação espiritual, deve viver também somente o que se apresenta. Ele não deve raciocinar o que se apresenta. Ele não deve ter reação alguma ao que lhe é apresentado. Viver esta reação é um erro cometido por aquele que se sente humano, que está sendo comandado pela mente. Quem acredita que está incomodado é o humano que imagina ser e não você, que sabe que é algo além da humanidade. É preciso lutar contra tudo, não só contra algumas coisas. É preciso lutar para se libertar de tudo o que é aplicado ao eu humano, porque tudo que é aplicado a ele (gostar, querer, ter ou não ter) está vinculado à arma humanidade. Quanto as outras coisas que estão na sua pergunta, as coisas realmente acontecem, mas ocorrem sem gênero, número e grau.