Quando a razão de ser
Tiver seu real sentido
O caminho percorrido
Terá pouca importância
É preciso ser criança
Na inconsequência sadia
E viver dia após dia
Como fosse o derradeiro
Ser espírito, primeiro
Vivendo para o eterno
Deixar de ser subalterno
Dos ódios e das paixões
De escravo dos cifrões
Sendo liberto em essência
Bem além da aparência
Há escravos sem senzala
Muitos cochos sem bengala
Se apoiando na ilusão
Com o eterno na prisão
E o fugaz em liberdade
Numa falsa felicidade
Desprezando o ensinamento
Pois tudo vem de dentro
Disse a tempos o Nazareno
É preciso ser pequeno
Ser criança em meio ao povo
Matando o homem velho
Para nascer o homem novo
Aldo Pereira