Participante: queria fazer uma pergunta pessoal. Quando na sua última encarnação você morreu, talvez estivesse ainda ligado ao plano físico, mas já do outro lado. Pergunto: o que te causou mais impacto ao olhar a vida aqui no plano físico?

O que causa mais impacto ao ser que consegue se libertar da condicionalidade é a capacidade que os encarnados têm de abrir mão da sua felicidade. Ver aqueles que acreditam na vida depois da vida chorarem porque não têm um arroz para comer, é algo inconcebível para nós. Digo isso porque a literatura mostra que a primeira coisa que se faz do outro lado é se libertar da necessidade de comer.

Outra coisa que é inconcebível para nós é ver aqueles que acreditam em reencarnação, encarnação, no processo de vidas para a purificação, deixarem as coisas desse mundo servirem de instrumento para desliga-los do todo. É vê-los sofrer por carência de alguma coisa. Aqueles que dizem acreditar em Deus como o Pai de todos, mas ainda acham que o outro está errado porque usa uma saia mais curta ou mais longa, ou porque usa um cabelo assim ou um cabelo assado, é algo inconcebível para nós.

Tudo isso nos causa estranheza, mas, na verdade, o que é inconcebível para o ser liberto da condicionalidade é a hipocrisia humana. É o dizer que quer ser feliz sem se liberar da condição para ser feliz. É dizer que ama a Deus e ainda achar erros no seu inimigo. Isto seja talvez o que causa maior impacto quando se liberta de tudo isso. Quando se liberta de todos estes bons, dessas verdades e normas, desse egoísmo de querer as coisas do nosso jeito.

Não posso lhe dizer que isso aconteceu ao final da minha última encarnação, porque sempre que se desencarna ainda há um período até conseguir se libertar das influências humanas. Mas, depois que consegue tirar as condicionalidades, diria que é isso que mais causa reflexo.

Só que como doamos a razão, damos a cada um o direito de gostar e ser do jeito que é, essas coisas causam impacto, mas dizemos: ‘é o que ele quer, louvado seja Deus, vou ajuda-lo no que for possível, mas nunca taxá-lo como errado porque vive assim’.