Quando falamos agora pouco em intuição, encerramos a conversa falando em espíritos que protegem a vocês. A estes seres, vulgarmente se dá o nome de anjo da guarda. Pode ser mentor, entidade, tanto faz. O nome não importa, mas sim o fato de você imaginar que tenha um protetor.

Para que você quer um elemento além da matéria para lhe proteger? Qual proteção você espera? O que sonha que ele faz? O anjo da guarda, mentor ou entidade que a mente afirma existir é um ser super poderoso que tem por finalidade limpar o caminho do ser humano para que ele viva o feliz para sempre. Ou seja, é um instrumento para lhe manter preso ao sonho…
No entanto, apenas a simples observação da vida seria necessária para destruir esta lenda. Quantas pessoas passam intermináveis horas rezando aos seus santos e anjo da guarda pedindo determinados acontecimentos e não conseguem? Quantas pessoas buscam ajuda em centros de umbanda para vencer determinadas demandas e não conseguem? Quantos fiéis a determinadas religiões são pegos de surpresa pelo destino sem aparentemente merecerem aquela situação? Ter um anjo da guarda protetor, portanto, não livra ninguém de nenhum acontecimento desagradável.
Pelo que disse, então, não deve haver um anjo da guarda, não é mesmo? Não, o anjo da guarda existe. Só que ele guarda o espírito e não o ser humano. Ele está a serviço do ser universal e não do sonho humano. Sendo assim, ele está á disposição do que é melhor para o espírito e não para o ser humano.
Imaginemos que nos registros das provações pedidas por um ser universal antes da encarnação o melhor para ele neste momento seja vivenciar a consciência de que está sendo roubado. O anjo da guarda neste momento não irá providenciar a proteção a este ser humano, ou seja, não irá livrá-lo do assalto, mas procurará outro espírito para quem o melhor naquele momento é ter a consciência de que está assaltando e o colocará para viver um sonho conjunto com aquele que o melhor é ser assaltado. Este anjo, então, envia fluído universal às duas mentes e cada cria os sonhos de cada um: a consciência de estar assaltando e a consciência de estar sendo assaltado.
Este ser universal, a quem chamamos de amigo da encarnação, não está à disposição do sonho humano, mas sim do espírito. Ele age no sentido de proporcionar ao ser universal encarnado todas as condições de ter a oportunidade da elevação espiritual. Ele não protege o sonho, mas sim a caminhada do espírito para perto de Deus.
Como disse, pela simples observação da vida o ser já devia entender que não existem espíritos protetores da existência humana. Esta compreensão, portanto, deveria ser de todos os seres humanos. Mas, além do ser humano materialista acreditar nisso, os próprios espiritualistas acreditam.
Os espiritualistas, aqueles que acreditam haver em si algo mais do que a matéria e que a vida humana que estão vivendo é apenas a representação de uma oportunidade de elevação espiritual, acreditam em seres super poderosos que podem protegê-los de tudo aquilo que eles não querem que aconteçam. Quanta hipocrisia.