O ser humano se considera filho de Deus, mas será que é mesmo? Vamos entender isso…
“Então o Deus Eterno pôs o homem no jardim do Éden para cuidar dele e nele fazer plantações. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem: você pode comer de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois no dia em que você a comer, certamente morrerá”. (Bíblia Sagrada – Gênesis – capítulo 3 – versículo 15 a 17).
O resto da história é conhecida: a cobra tentou Eva e tanto ela quanto Adão comeram o fruto proibido. Comeram, como diz o livro Gênesis, porque acharam interessante ter o poder de julgar o bem e o mal das coisas. Com isso foram expulsos do paraíso e começaram a viver num mundo onde se nasce e morre.
Esta é a história do livro, mas ela não é importante. O importante não é a história, mas a decodificação dela para aqueles que acreditam no espírito ativo e no processo de reencarnação.
Claro que toda esta história é só parábola. Não existe ser humano no paraíso, ou seja, no mundo espiritual superior. Ali existem espíritos. A estes Deus disse: não queiram possuir o conhecimento, conhecer e reconhecer as coisas, pois se isso fizerem imaginarão que possuem o conhecimento de separar o que é bem do que é mal (dar valores aos acontecimentos da vida). Mas, eles praticaram o ato proibido e com isso receberam a pena de viver num mundo onde se nasce e morre.
Não é isso que acontece com um espírito em processo de elevação no mundo de provas e expiações? Eles não vivem num mundo onde se nasce e morrer (encarna e desencarna) e imaginam que conhecem e reconhecem as coisas e que por isso são capazes de dar valores aos acontecimentos? Se isso é verdade, o ser humano, portanto, é o castigo que Deus dá aos espíritos que persistem em viver o sonho e não acordam para a realidade: só Deus é capaz de conhecer e separar o bem do mal.
Será que Deus protegerá a pena que dá ou o seu próprio filho, o espírito? O espírito é o filho de Deus e não você, o ser humano. Você é a pena, mas não o castigo. Você é uma oportunidade de elevação, ou seja, um ato amoroso de um Pai para um filho que insiste em não progredir na sua existência e não uma penalidade, um castigo de alguém maldoso.
Sendo tudo isso verdade, será que Ele está preocupado com o bem estar do ser humano? Se Ele precisar que o ser humano passe fome a vida inteira para que o seu filho tenha a provação necessária para a sua evolução, Deus fará isso. Ele não terá nenhuma preocupação com a fome do ser humano, pois o importante é que o seu filho tenha a oportunidade de progredir no Universo.
Os seres humanos imaginam que Deus está à disposição do seu sonho de ser feliz para sempre. Usam toda a sua fé (confiança e entrega) neste sentido, mas isso não é fé em Deus. Isso porque esta fé não está baseada numa relação amorosa com o Pai, mas sim falseada pela idéia que Ele vai proteger os sonhos humanos. A fé real, aquela que aproxima o ser de Deus, é fundamentada numa entrega com confiança irrestrita no Pai e não fundamentada em satisfação de desejos individuais.
Uma mulher que só agradece a Deus quando Ele salva seu marido da morte em um acidente não tem fé em Deus. Digo isso porque se o Pai não tivesse agido assim, esta mulher choraria, se desesperaria e até bradaria contra o Senhor: Deus, porque deixou isso acontecer? Isso é entrega com confiança?
A fé, portanto, que os seres humanos possuem faz parte do sonho. Ela é um instrumento para lhe manter preso à idéia de que existe alguém super poderoso que está preocupado com o seu feliz para sempre e está a seu serviço para alcançá-lo. Libertar-se desta fé só será possível se você se libertar da idéia de que é filho de Deus.