Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada. Eu vim para pôr os filhos contra os pais, as filhas contra as mães e as noras contra as sogras. E assim os piores inimigos de uma pessoa serão os seus próprios parentes. (Mateus 10. 34 a 36)
Por incrível que pareça, o arauto do amor não veio trazer a paz, mas a discórdia. Por quê?
Participante: porque na discórdia você pode levar o amor.
Porque só havendo discórdia você pode alcançar a paz.
Quando não há discórdia, não há paz, aceitação. A similitude de pensamentos não é paz; apenas mostra que as armas (as posses, paixões e desejos) são as mesmas. Por isso não há paz.
Paz é não ter arma. Isso só pode acontecer quando houver discórdia e você não usar o que pensa para atacar o outro. Aí a paz existe.
‘Eu não vou com a sua, mas lhe dou o direito de ter a cara que tem. Por isso, jamais vou criticar a sua cara’. Nesse momento estamos em paz. Agora, se começo a dizer o que está errado na sua cara, não vou ter paz. Também se gosto dela, não tenho paz: me mantenho em êxtase por ter conseguido achar alguém com a cara que gosta.
É isso que vocês precisam entender A discórdia, diferença de opinião é necessária para o trabalho da felicidade. Mas para que a paz, surja, além de haver a discórdia, é preciso que o ser se negue a usar as armas que tem.
Sabe, vocês ficam procurando pessoas iguais, que têm a mesma opinião, achando que com isso encontram a paz. Isso é ilusão! As armas estão prontas, engatilhadas sem que tenham consciência disso, pois estão adormecidos pelo prazer de ter encontrado alguém que pensa igual. Assim, na hora que aparecer alguém pensando diferente, vão atirar.
É por isso que Cristo diz: eu não vim trazer a paz! Não vim para fazer vocês todos iguais. Vim para fazer cada um diferente do outro. Vim também para criar o mandamento do amor, pois quando todos se amarem haverá respeito pelas diferenças. Nesse momento a paz acontecerá em todos os cantos.