Falamos agora pouco em normalidades, em ideias que a mente tem que ela classifica como normal se ter, ou seja, que possuem aceitação generalizada entre os humanos. Estas ideias podem ser classificadas por gêneros. Vimos um destes gêneros: as ideias que a mente cria sobre o trabalho para elevação espiritual e dos valores do mundo dos espíritos. Vamos agora falar de outro gênero: o das necessidades básicas do ser humano.


Existem diversas ideias na mente que são classificadas como necessidades básicas para se viver este mundo: alimentar-se, respirar, ter direito à saúde e educação, etc. Por causa desta classificação, os humanos acreditam que tais ideias fazem parte do bem, mas será que realmente elas estão dentro dos anseios dos espíritos. Vejamos…
Quando falo do despossuir as necessidades que a mente cria para a existência do ser humanizado, as pessoas sempre me dizem que elas precisam ter um emprego. Ter um trabalho remunerado é tratado como necessidade básica para os seres que estão encarnados no planeta. Será que o espírito também se preocupa com isso?
Para que um ser humano quer um emprego? Para poder receber dinheiro e com ele suprir as suas necessidades. As necessidades humanas fazem parte do anseio do espírito? Segundo o Espírito da Verdade no trecho que ainda estamos comentando (“outra passa a ser a sua maneira de pensar”) não. O espírito, pensando de outra maneira possui necessidades diferentes do humano.
Apesar disso, será que realmente não é real e bem (substanciado por um desejo universal) o ser humanizado querer ter contentadas suas necessidades básicas? Vamos ver isso…
O que acontece ao ser humano que não come ou respira? Morre, desencarna. Será que o espírito está preocupado com a morte do ser humano que ele está vivendo durante a encarnação? Não, primeiro porque ele sabe que ninguém morre antes da hora.
Um ser humano não morrer porque não tem dinheiro para comprar comida. Quantos vagam pela rua sem emprego e são sustentados pela caridade alheia? Tem o espírito algum preconceito de viver assim? Não, pois tão logo cesse toda ilusão outra passa a ser a sua maneira de pensar.
Além disso, o espírito não pode estar preocupado com própria a ideia de morrer. Se, como ensina a própria literatura espírita, a verdadeira pátria do espírito é o mundo espiritual, durante a encarnação este ser está deslocado, fora de seu ambiente natural. Por isso, voltar ao mundo dos sem carne, morrer, é para ele motivo de felicidade e não de tristeza. Não sofrendo pela possibilidade de morrer, preocupar-se-á ele com o ter de se alimentar? Não. Mas, ficar sem meios para conseguir suas necessidades básicas é para o ser humano uma preocupação. Por quê? Porque ele não quer mendigar, pois é orgulhoso demais para isso, e não quer morrer. Portanto, achar que esta preocupação é normal é negar a sua própria essência espiritual.
Não estou falando aqui em abandonar emprego, mas em não acreditar que tê-lo é alguma coisa fundamental. Quem crê nesta ideia gerada pela mente denota que ainda confunde o bem com o bom e a partir disso aceita outras ideias que a mente cria sobre o tema.
Este ser passa a viver o bom como bem, ou seja, a coisa material como espiritual. Por isso aceita quando a mente diz que os espíritos fora da carne estão preocupados com estas coisas. Aí passa a acreditar que seus protetores protegerão o seu emprego ou o ajudará a alcançar um. Tudo isso lhe faz viver afastado do bem.
O mundo humano não segue o bom, mas o bem. Os acontecimentos da vida de cada ser humanizado são criados pelo anseio do espírito e não do humano. Por isso, acreditar que os seres incorpóreos estão à disposição das necessidades básicas dos encarnados leva aquele que está em provação ao fracasso.