Por isso, paremos de criticar uns aos outros. Ao contrario, o que vocês devem resolver é não fazerem nada que leve seu irmão a tropeçar ou cair em pecado. (Cserá aos Romanos – Capítulo 14 – versículo 13)
Quando você critica o outro – e não estou falando em palavras, mas em sentimentos – faz o seu irmão cair. O que quer dizer isso?
Quando alguém lhe critica, qual a sua primeira reação?
Participante: me defender.
Defender-se criticando, não? ‘Você não sabe; eu sei’… Sendo assim, quando alguém critica o outro, o faz cair, porque gera nele uma possibilidade dele também criticar.
Volto a dizer, estou falando de sentimentos e não de atos, pois a crítica ato ocorrerá sempre que o outro precisar por ação carmática…
Participante: aquele não é culpado pela fala, mas sim pelo sentimento que o levou à fala.
Sim, mas ele não é culpado pela escolha que o outro fez. Quem proferiu a primeira crítica não é culpado pelo outro sentir-se criticado. Foi o outro que escolheu o sentimento de ser criticado. Não foi o primeiro que o fez cair, mas ele quem caiu.
Então, como é isso? Como Paulo fala ‘não faça o seu irmão cair’? Alguém pode fazer o seu irmão cair se tudo é opção de quem ouve?
Veja o que Paulo quer dizer: não seja instrumento da prova dos outros. Você não é culpado da queda dele, mas sim de servir de instrumento para gerar uma oportunidade dele cair. É isso que estou dizendo…
Sendo assim, o que lhe oriento é escolher ‘não critica’ para que não mereça se transformar num criticador. Transformando-se estará gerando a oportunidade do outro cair.
Apesar do que foi dito por Paulo, você não faz o seu irmão cair, mas é o instrumento para cavar o buraco. Se ele vai cair ou não, isso é com ele.
Portanto, não faça buracos, não se transforme em instrumento de carmas deste tipo, não mereça ser o criticador, pois se merecer, Deus vai lhe fazer criticar quem precisa e merece. Assim, você se tornará culpado de ter dado ao outro a oportunidade de cair…
A critica que cada um faz é o meu carma, pois teve um sentimento aguçado de justiça individual. Toda critica nasce do sentimento de justiça individual, de achar que está certo, de achar que é melhor, achar que merecia outra coisa.
É isso que estou querendo mostrar: não julgue nada que tiver contato, pois na hora que julga o que os outros fazem escolheu um sentimento que vai lhe transformar num criticador. Neste momento, por força carmática, vivenciará o papel de criticador.
Participante: não mereça de transformar de assassino, não mereça ser roubado…
Não merecer se transformar em assassino ou em ladrão é não ter ganância, não ter inveja, não ter desejos… É isso que estou querendo mostrar…
Portanto, pare de julgar qualquer coisa que tiver contato, pois na hora que fizer isso, não vai receber o carma de ser um criticador. Isso é bom para a sua existência eterna porque não ter esse papel não lhe expõe ao perigo de ajudar o outro a cair.
Participante: o outro tinha que ser exposto porque era a prova dele; o que eu não posso é merecer me transformar num instrumento dela?
Isso… Deixe outro ser o instrumento desta provação…
Mas veja, para isso, não adianta apenas você querer não criticá-lo. Sentindo-se criticado, vai criticar o outro.
Essa questão é bem sutil. Outro dia me disseram que não conseguem parar de criticar os outros. Eu disse: o problema não é o que você faz, mas sim o que sente. Cada um põe para fora porque antes se sentiu criticado.
Participante: eu não consigo parar de me sentir e não de falar, de julgar.
Então, vamos dar um exemplo: porque você criticou uma pessoa? Porque você acha que ele estava errado e você certo. Pare de achar que você está certo…
Participante: o problema é que é mais rápido do que eu. Quando reparo, já foi. Não dá mais tempo.
Você está sacando tarde porque está querendo tirar o revolver todo.
Ouça bem: não lute para não criticar; lute para não estar certo. Se você imaginar-se certo, a critica nasce.
É isso que estou dizendo e volto a repetir: vocês estão querendo derrubar o soldado do ego e não atacá-lo no seu âmago. Querem derrubar a critica, mas quando conseguem libertar-se de uma, mais à frente caem. Isso porque não mataram o inimigo: o saber-se certo.
Participante: como fazer, venho tentando e não dá…
Só existe uma resposta que você pode usar para tudo o que a mente disser: não sei… Quando só tiver esta palavra em mente, consegue. Enquanto souber, não sabe nada.
Participante: mas isso depende de uma concentração e normalmente se está concentrado em outra coisa: na vida e no que a gente acha que está acontecendo.
Participante: não consigo fazer isso sempre, mas tento fazer o máximo que posso. Quando não consigo, volto de novo para a briga.
Isso… Errou? Volte para a briga mais tarde. Mas, não deixe de lutar…
Participante: tenho que lutar contra eu achar que aquilo ali está errado?
Você não compreendeu e isso é importante. Por isso lhe peço: cite qualquer coisa errada que você viu…
Participante: passa uma moça bonita na rua, me agrada e eu olho.
Isso está para você está errado e imagina que tem que ser mudado. Mudar para o que?
Vamos tentar entender. Passou uma mulher e você olhou para ela. Quando acabou de olhar diz: ‘está errado olhar para ela’. Aí quer mudar. Mudar para o que?
Participante: eu queria ser diferente e não fazer isso.
Mudar para o que? Para o certo? E qual é o certo? O certo é não olhar? Quem disse?
O problema é que você ainda está querendo trocar uma coisa pela outra. Olhar é certo ou errado? Não sei… Apenas sei que olhei.
Participante: sim, mas a partir daí entro em duas questões: a satisfação e a culpa.
Porque vem a satisfação? A satisfação vem do certo: eu tinha que olhar…
Anteriormente contei aqui um caso. Uma pessoa me disse que alguém bateu à sua porta pedindo dinheiro. Lembra disso?
Aí perguntei: porque ele bateu justamente à sua porta? Porque tinha que bater. Então disse: ‘não, está errado. Não tinha nada; ele bateu porque bateu. Quando a pessoa imaginou que descobriu a verdade (tinha que bater) já gerou um prazer…
Sendo assim, quando você diz que olhou porque tinha que olhar, acabou de encontrar a satisfação. Sabe por que olhou? Porque olhou… Não saiba mais nada do que isso…
Esse é o grande problema que vocês estão enfrentando: estão tentando mudar o certo das coisas. Deixe-me explicar isso para vocês.
Antigamente vocês achavam que estava certo olhar para as moças que passavam na rua. Hoje acham errado. Mas, esse errado se transformou num novo certo: o não olhar. Esse novo certo, porém, também é fantasia. Sendo assim, libertar-se do ego é lutar contra o certo e contra o errado.
É viver a realidade dentro da realidade. ‘Porque eu olhei para ela? Porque olhei. Para que olhei? Não sei. O que vai acontecer de eu olhar? Não sei’.
Por estar unido com o Senhor, eu estou convencido de que nada é impuro por si mesmo. Mas se alguém pensa que alguma coisa é impura, então se torna impura para ele. Se você faz seu irmão ficar triste por causa do que você come, então não está agindo com amor. (Carta de Paulo aos Romanos – Capítulo 14 – versículo 14 a 15)
Só para completar usando ainda o seu exemplo. Paulo diz que tudo é puro por si mesmo, portanto, olhar para as mulheres que passam é puro. Por que você quer deixar de fazê-lo?
Participante: o problema é que os outros não sabem disso.
Este problema é dos outros e não seu. Quando você se preocupa com os outros, na verdade está preocupado com a sua fama.
Participante: é o medo de se expor.
O problema é dos outros.
Não existe nada impuro. A impureza não está no seu olhar, mas no olhar imoral que os outros dão ao seu ato.
Que aquele por quem Cristo morreu não se perca por causa da comida que você come. Não dêem motivo para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom. (Capítulo 14 – versículo 15 e 16)
Dar motivo para os outros falarem mal daquilo que você acha bom é falar mal do que o outro acha bom. Quando você fala mal do que o outro acha bom dá motivos para que os outros falem mal do que você acha bom.
Porque o Reino de Deus não é questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá. E quem serve a Cristo dessa maneira agrada a Deus e é aprovado por todos. (Capítulo 14 – versículo 17 a 18)
Viver de que maneira? Com paz e felicidade.
Eu estou achando que Paulo vem à noite ouvir as palestras e depois escreve. Até a palavra é a mesma: Só falta a harmonia…
Por isso busquemos sempre as coisas que trazem a paz e que ajudam a fortalecer uns aos outros na fé. Que você não destrua, por causa da comida, o que Deus fez. (Capítulo 14 – versículo 19 a 20)
Por causa do preconceito…
Todos os alimentos podem ser comidos, mas é errado comer alguma coisa quando isso faz alguém cair em pecado. O que está certo é deixar de comer carne, de beber vinho ou de fazer qualquer outra que leve seu irmão a cair em pecado. (Capítulo 14 – versículo 20 a 21)
Tudo está certo, mas quando você buscar o seu próprio prazer, o que quer, isso pode levar o outro ao pecado.
Mas guarde entre você mesmo e Deus o que você crê a respeito desse assunto. (Capítulo 14 – versículo 22)
Este ensinamento é forte, mas é autêntico: guarde entre você mesmo e Deus o que você acha das coisas…
Feliz aquele que não é condenado pela consciência quando faz o que acha que deve fazer. Porém aquele que tem duvidas a respeito do que come, Deus o condena quando come porque o que faz não tem base na fé. E aquilo que não tem base na fé é pecado. (Capítulo 14 – versículo 22 a 23)
Aquilo que não tem base na fé é pecado. Aquilo que você faz sem a ligação com Deus é pecado.