Participante: se o descrito no pensamento nos leva para a morte, devíamos ter vindo para cá com um manual de como saber viver.
Mas, se viessem vocês não teriam provas, não é mesmo?
Apesar de dizer isso, desculpe, mas esse manual existe. Leia a Bíblia. Tudo o que falei está nela. Leia O Livro dos Espíritos: tudo que falei está lá. Leia os suttas budistas, o Bhagavad Gita e o Baghavata Puranas, obras de Krishna, que tudo está lá. Sendo assim, posso afirma que o manual está pronto e à disposição de vocês…
Você diz que deveríamos vir com manual, mas que não viemos. Só que na Bíblia está escrito que você não deve julgar. Apesar disso, sai pelo mundo julgando. O que você quer? Quer que alguém chegue junto de você a cada momento e lhe diga que existe esta norma e que você não está a cumprindo?
Na Bíblia Cristo diz que se você chamar o outro apenas de bobo já será apresentado ao tribunal. Apesar de isso estar disponível, você chama os outros de assassino, de covarde, de monstro. Chama de qualquer coisa, pois imagina que não existe um manual que diga que não deve agir assim.
Não, esta desculpa não serve para se deixar levar pelo que o pensamento descritivo cria. O problema, eu volto a dizer, é que o pensamento religioso ou o saber religioso não é voltado para a realidade: usar esta vida como instrumento de ganhar na outra. Ele é totalmente fundamentado para fazer algo e ganhar agora.
Desculpe-me, mas vou falar mais uma vez: se estou errado é só me provarem. Mostre-me algum mestre que diga: vá à missa que terá esta vida tranquila. Se acharem algum mestre que diga isso – mestre e não guru, santo – eu de boa vontade calo minha boca.