Participante: tenho notado que as questões têm versado sobre atos e fatos sociais e desconfio que a espiritualidade prenda-se a sentimentos, pois é uma linguagem irrestrita. Gostaria de saber qual a língua dos espíritos, qual a marca que separa o bem e positivo do mal ou negativo. Isto por saber que o negativo de um ato está mais em nossa interpretação do que nele mesmo.
A pergunta é interessante porque vem de encontro com a missão do Espiritualismo Ecumênico Universal: a desmaterialização da vida carnal.
Para falarmos de língua, não podemos nos esquivar de falar um pouco sobre o episódio bíblico da “Torre de Babel”. Conta-nos a história que os homens quiseram desafiar a Deus e iniciaram a construção de uma torre que os levaria a alcançar os céus. Face à presunção destes homens, Deus “embaralhou” a língua falada por eles, criando o caos.
Pela história, podemos compreender que existia uma “língua” mãe, que foi alterada após o ato divino. Qual terá sido esta língua? Certamente teria que ser uma língua universal, que fosse compreendida por todos. O único exemplo que temos nos dias de hoje de uma linguagem nestas características são os sentimentos.
Podemos então compreender que a linguagem universal, ou dos espíritos, como colocado no contexto da pergunta, são os sentimentos que os espíritos nutrem.
Aproveitando a ocasião, seria então interessante falarmos deste tema: os sentimentos humanos.
Os sentimentos são “matérias espirituais”, ou seja, são “ondas eletromagnéticas que se propagam de uma forma não retilínea”. Todas as matérias que existem no universo são compostas por estas ondas, que chamaremos de energia.
Para compreendermos melhor esta “energia” (sentimentos), utilizaremos aqui algo semelhante que seja conhecido dos seres humanos: a energia elétrica. Não se trata da mesma coisa, pois a elétrica é uma derivação da universal, mas como forma de comparação facilitará nossos estudos.
Estas ondas têm origem na origem do universo: Deus.
Como a energia elétrica, os sentimentos também possuem uma bipolaridade. Alguns determinam cada um dos pólos deste binômio de “bem” ou “mal”, “feio” ou “bonito”, “certo ou errado”. Neste trabalho, como estamos comparando com a energia elétrica, utilizaremos os termos positivo e negativo.
O amor é um onda eletromagnética, mas o ódio também o é. O amor é uma onda eletromagnética com polaridade positiva e o ódio com polaridade negativa.
Afirmamos que todas as ondas têm origem em Deus. Portanto, será que Deus “cria” o “mal”, o negativo? É a este ponto que queremos chegar nesta análise, aproveitando a pergunta em tela.
Deus não poderia criar o ódio, os sentimentos negativos, pois isto não condiz com seus atributos. Portanto, o amor é uma onda eletromagnética gerada por Deus, mas o ódio não pode possuir a mesma origem.
Na cultura popular se afirma que o amor e o ódio possuem uma barreira muito fina, pois estes sentimentos podem ser alternados muito facilmente. Este conhecimento não é cultura popular, mas trata-se de uma lembrança espiritual. Amor e ódio são realmente a mesma onda eletromagnética.
Deus cria a onda eletromagnética amor e a manda para o universo com a polaridade positiva mas é o espírito que a negativa. Quando a onda eletromagnética amor é utilizada dentro dos objetivos de Deus, é o próprio amor. Porém, quando essa mesma onda busca contemplar os objetivos individuais do espírito, é negativada, sendo conhecida então como ódio.
Deus cria os sentimentos com o objetivo de promover a harmonia universal. Quando a onda eletromagnética amor é utilizada para este fim é positiva. Se o espírito utiliza a onda eletromagnética objetivando auferir benefícios próprios, negativou o positivismo de Deus.
Todo sentimento positivo do universo é aquele que premia o bem estar do todo universal e os sentimentos negativos são a mesma onda eletromagnética utilizada com a finalidade do bem estar individual.