“Felizes os que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia deles também” (Mateus – cap. 5 – versículo 07).
Misericórdia é compaixão. Ser feliz, portanto, é ter compaixão dos outros, mas precisamos entender um pouco sobre este estado de espírito.
Compaixão não é sofrer com os outros o sofrimento deles, pois assim ficaríamos perdidos no nosso próprio sentimento “não feliz”. É preciso amar (ser feliz) a situação que o outro está passando para se vivenciar a compaixão.
Até aqui vimos que aquele que alcança o “reino do céu” é o que age sem intencionalidades e com amor. Se mantivéssemos a compreensão atual sobre compaixão (sofrimento conjunto) estaríamos negando todos os outros ensinamentos, pois estaríamos demonstrando sofrimento e contrariedade com o que o próximo está passando.
Aquele que tem misericórdia é o que ama a situação dos outros, ou invés de ter pena, dó ou de ver no que ele está passando algo “errado” ou “ruim”. Misericórdia não tem nada a ver com pena. Esse é um sentimento sofredor e eu serei feliz apenas enquanto mantiver a minha felicidade, independente do que está acontecendo comigo ou com os outros.
Havendo uma pessoa que passa fome, por exemplo, eu vou ajudar essa pessoa praticando a caridade. No entanto, a última coisa que eu vou pensar em ter é piedade daquela pessoa, porque assim, eu e ela ficaríamos afundados no mar do sofrimento. Devo amar a pessoa, amar a situação, manter a minha felicidade, para que possa realmente auxiliá-la e manter o meu próprio equilíbrio.
Costumo dizer que a compaixão, como hoje entendida (pena, dó), é como uma pessoa que está comendo um prato de jiló mesmo não gostando desse alimento. Quando ela está acabando lhe dão mais jiló. Quem age assim, receberá a mesma coisa de Deus e a vida ficará mais “difícil” para ser vivida.
O estado de espírito de felicidade depende da sua reação ao momento, independente do que está acontecendo no momento.