Não importa quem você seja, não tem desculpa de jeito nenhum. Porque, quando julga os outros e faz as mesmas coisas que eles fazem, você está condenando a você mesmo. (Carta aos Romanos – Capítulo 2 – versículo 1).

Veja, não importa quem você seja – pode ser o mais sábio sobre qualquer assunto, saber tudo de algum tema – não tem o direito de julgar ninguém. Mas, por que não tem direito a isso? Porque quando você julga (analisa e gera uma avaliação) o outro está fazendo o que mesmo que ele faz.

O que o outro está fazendo? Agindo a partir do seu saber individual. Não é isso que você está fazendo? Está julgando o próximo a partir do seu saber.

Então, quando você diz ‘aquele ali está errado’, quer dizer que a ação dele, gerada a partir do saber dele, está errada. Mas, você também deveria se considerar errado, porque está fazendo a mesma coisa: agindo a partir do seu próprio saber. Na verdade, você não se considera errado porque acredita no seu saber, mas o considera desta forma porque não acredita no saber dele.

É, a questão de julgamento é muito maior do que nós sequer imaginamos…. Não se trata apenas de julgar, mas de afirmar que está certo…

 Compreenda, não existe ‘eu sei a verdade’, ‘eu sei o certo’, mas apenas compreensões individuais, que se tornam paixões, que são geradas dessa forma para que cada um possa executar o seu trabalho de reforma íntima e alcançar a elevação espiritual.

Portanto, o seu certo, não é certo, mas é aquilo que você precisa reformar dentro do seu íntimo. Como já dissemos, esta reforma não se reflete em mudanças (passar a acreditar no que não acreditava), mas, como disse Paulo anteriormente, dar a Deus a Sua própria glória: Ele sabe, eu apenas acho.

É por isso que todo mundo sabe uma verdade, um certo: aquele que é necessário para o seu próprio trabalho. Por isso não se pode afirmar que existe um ser humanizado mais burro que o outro: existe um que sabe diferente do outro.

Quando falamos em viver com o amor universal, estamos apregoando a necessidade da vivência de um dos elementos deste sentimento universal: a igualdade. A prática dela se consiste em dar o direito do próximo saber o que sabe e você ficar com o meu saber.

A igualdade – e, portanto, o amor universal – é frontalmente ferido quando um ser humanizado quer impor ao outro o seu saber (ensinar) ou quando julga (avalia) o saber do outro a partir do seu.

É isso que Paulo está nos dizendo…

Quando você diz que o outro é qualquer coisa (certo ou errado, limpo ou sujo), está fazendo o mesmo que ele, ou seja, agindo a partir do seu saber individual querendo dominar o mundo porque acredita que é o certo.