Como disse, já vimos anteriormente como o espírito compreende a vida. Hoje vamos ver outra faceta da relação entre os espíritos e o mundo humano: o que se espera da vivência dos acontecimentos.


Todo ser humanizado vive os acontecimentos da vida presos a uma esperança. Sempre que vivenciam determinado acontecimento tem uma esperança, algo que esperam alcançar. Já os espíritos, no mesmo momento, possuem outras esperanças, outros anseios.
Aquele que se diz espírita ou espiritualista, ou seja, acredita no espírito e na encarnação, como já vimos, assume o compromisso consigo mesmo de por em prática nos acontecimentos aquilo que o espírito acredita e anseia. Por isso o conhecimento do que vamos ver aqui é muito importante para o aproveitamento da oportunidade da encarnação.
A prática necessária para aquele que acredita em espírito e em encarnação consiste-se, fundamentalmente, em mudar aquilo que se espera desta vida. Consiste-se em abrir mão daquilo que esperam todos os não crentes desta informação e tentar vivenciar a cada momento a esperança que o espírito nutre.


Participante: neste trabalho, a mente nos boicota o tempo inteiro, não é mesmo?


Sim, ela faz isso porque está defendendo a humanidade que vive. Mas, se você acredita que é um espírito que está encarnado e, portanto, crê que deve aproveitar a oportunidade para a realização da reforma íntima, não deve ceder a este boicote que ela faz. Deve atacar constantemente as conclusões materiais que ela possui substituindo-as pelas espirituais que aprender. Este é o movimento que todo espírita e espiritualista deveria executar.
Sabe, há uma pergunta em O Livro dos Espíritos que quase todo mundo que defende a sua crença na existência eterna do espírito sabe:


“171. Em que se fundamenta o dogma da reencarnação? Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento”.


Sempre que o crente do processo encarnatório é arguido sobre a existência deste sistema, ele rapidamente responde: claro que existe, pois Deus é justo. Por sua justiça sempre concede uma nova oportunidade para aqueles que um dia falharam. Sabem a resposta de cor, mas pergunto: e daí que sabem? O que estão fazendo com aquilo que dizem saber?
A prática deste conhecimento torna-se ainda mais importante quando compreendemos a justiça de Deus que gera o processo encarnatório. Ela não é uma ação punitiva, não gera uma pena, mas sim uma nova oportunidade. Portanto, ela não é fundamentada num ato frio, na simples aplicação de uma lei, mas sim no amor. Por não punir, mas sim dar uma nova chance, posso dizer que ela fundamenta-se no amor e não no castigo.
Compreendendo o fundamento deste dogma que você diz acreditar, pergunto: o que estão fazendo com fruto do amor de Deus por vocês? Quando vivem o que todo ser humano vive, quando esperam da vida o que todo ser humano espera, o que fazem do amor de Deus? Jogam no lixo, não é mesmo?
Jogar o amor de Deus no lixo: é isso que vocês fazem quando vivem os acontecimentos desta vida pautados naquilo que os seres humanos não crentes vivem, quando vivenciam as mesmas esperanças que os outros seres humanos têm. Será sobre estas esperanças que iremos falar, mas desde já me deixem dizer uma coisa: ela é muito diferente daquilo que vocês esperaram até hoje dessa vida.
Aplicando tudo o que já falamos até aqui, ouvir o que vou dizer vai lhe gerar a responsabilidade de por em prática o que escutar. Como esta prática é extremamente antagônica àquilo que sonham para as suas existências no momento, digo uma coisa: quem não estiver disposto a abrir mão de suas esperanças deve parar por aqui.
Sabe, quando esta oportunidade de elevação acabar todos vocês se arguirão sobre o resultado dela. Este questionamento se fundamentará essencialmente no que esperaram da vivência dos acontecimentos. Sabendo o que vou lhes dizer agora, não poderão mais alegar inocência. Não poderão mais alegar a si mesmo que não sabiam e por isso não colocaram em prática.
Portanto, para o seu próprio bem, se sua determinação em promover a reforma íntima não for suficiente para ter os mesmos anseios dos espíritos, pare por aqui.