Quando falamos na questão do direito que cada um tem em fazer ou não a sua reforma íntima levantamos mais uma questão importante para o trabalho do ser humanizado: o respeito…
Respeitar o próximo é dar a ele o direito de ser, estar e fazer o que quiser. Ou seja, só há respeito quando não se põe restrição alguma àquilo que outro é, está ou faz. Para compreender isso precisamos falar um pouco de direito.
O ser humanizado acha que o direito do outro termina onde começa o dele. Engano: é o seu que só começa quando o do outro acaba… O direito do outro é completo, ou seja, vai até onde ele quiser e só quando ele abrir mão de ser, estar ou fazer alguma coisa é que começa o seu.
O respeito, então, que os humanos tanto levam em conta nas suas vidas, é caracterizado por se respeitar o direito incondicional que o outro tem.
Em outras oportunidades quando falei isso alguém me perguntou: mas, e se ele ao ser, estar e fazer o que quiser me desrespeitar? Eu respondi: respeite o direito dele lhe desrespeitar…
Você não sabe se o outro quer ou não fazer a sua reforma, mas acha que você quer. Portanto, é você que tem que colocar em prática o respeito e não ele. Quem quer promover a sua reforma íntima respeita o direito do outro sem qualquer entrave e por isso dá a ele o direito de lhe desrespeitar.
Voltando ao caso da corrupção que falamos agora pouco, aquele que quer alcançar o bem e reconhece a sua imperfeição, respeita o direito dos governantes roubarem. Para conseguirem superar a mente que não aceita este respeito porque vive a partir do bom, vocês precisam lembrar-se que tudo o que acontece é uma encenação de uma peça escrita por Deus e que para você serve apenas como instrumento da sua reforma. Foi isso que o apóstolo Paulo falou:
“Que todos obedeçam às autoridades. Porque não existe nenhuma autoridade sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas por ele. Assim quem é contra as autoridades é contra o que Deus mandou, e os que agem desse modo vão trazer condenação para si mesmos. Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o bom e elas o elogiarão. Porque elas estão a serviço de Deus para o bem de você”. (Bíblia Sagrada – Carta aos Romanos – Capítulo 13 – Versículos 1 a 4).
Imagine este ensinamento chegando aos cristãos da Roma do tempo de Paulo. O apóstolo ensinando a eles que devem submeter-se e respeitar as autoridades que os caçava e queria exterminá-los. Só com a compreensão da função de cada um na peça “Divina comédia humana” pode ser alcançado o respeito por estes governantes.
Os governantes da Roma de então que perseguiam os cristãos e aqueles que hoje criam a corrupção no Brasil estão à disposição de Deus e foram escolhidos por Ele para criar a existência que o espírito se voluntariou para viver. Por causa desta voluntariedade é que seres universais viveram como cristãos naquele tempo e vocês vivem hoje como brasileiros.