Participante: Por isso o trabalho é interno. É meu com o monstro, digamos assim, e não meu com o monstro dela ou com o dele. É sempre eu comigo mesmo. 

Tirar as personas do mundo.

Não importa a menina, pouco importa se ela manteve a relação sexual por vontade própria ou não. Isso não importa. O que importa é você com você.

A opinião que formar será a causa do seu sofrimento, da sua contrariedade se não souber conviver com ela. Se conviver com amor ao próximo respeitando o direito do outro ser, estar e fazer o que quiser não será ferido pelo monstro, mas se estiver preso ao egoísmo – eu sei a verdade – certamente irá sofrer.

Participante: Olha, Joaquim, eu posso te dizer que a situação está tal hoje que quem vive dessa maneira é chamado de alienado. Está vivendo sob alienação.

Graças a Deus. Alienado humanamente falando, mas espiritualmente ligado. Ligado em que? No amor universal.

Participante: Viver indiferente a tudo.

Eu sei o que você está querendo falar. Está querendo dizer: equanimidade. Viver equanimemente.

Participante: sim …

Quero aproveitar o momento e deixar mais um aviso para vocês. Nada novo, pois já venho falando isso há algum tempo. A velocidade da informação e os acontecimentos vão se suceder em ritmo maior.

Hoje estão falando dessa menina. Daqui a pouco surgirá um novo assunto e depois outro. Se não estiverem atentos a si mesmos vão criar cada vez mais cabeças no seu monstro que irão lhe comer.  

Participante: Vamos ficar piradão.

Não dá para pirar.

O que é um pirado? Uma cabeça do seu monstro. Pirado é uma opinião que você tem sobre si mesmo ou sobre o outro.

Cada cabeça do monstro é uma opinião sobre uma pessoa, sobre um assunto ou qualquer coisa. Inclusive o aceitar Joaquim e dizer o que falo é uma verdade é uma cabeça que está gerando. A resposta é, independente do assunto: não sei.

Eu sempre disse: não acreditem em mim. Não transformem o que falo em verdade porque senão estará gerando mais uma cabeça para o seu monstro.

Participante: Não vai chegar a hora que vai aumentar o número de suicídios, por exemplo?

Ato. Não falo em ato.

Participante: Não estou discutindo ato. Pergunto se isso poderá acontecer para que o ser humanizado tenha opinião sobre o suicídio.

Pode ser …

De qualquer maneira, não se preocupe com esse assunto específico. Ele é muito complexo e não é isso que o monstro quer. O que precisa é de assuntos que sejam de fácil digestão. Ele precisa que as informações sejam digeridas rapidamente e formem uma opinião quase instantaneamente.

Repare que hoje quase já não se fala mais das coisas da presidenta, quase não se discute mais esse assunto. Daqui a pouco não vai se discutir nada sobre a questão do estupro da menina … Semana que vem vocês já nem lembram desse casos, porque haverá outros assuntos em voga.

Participante: Ainda tem a do menino lá de dez anos baleado.

Já tem esse do menino que morreu baleado. “Coitado, pobre coitado! Foi um policial que o matou”; “não, o culpado foi ele porque foi assaltar”; “não, o culpado foi o pai que estava com prisão decretada e também era bandido”; “não, a culpada é a mãe que o largava para beber e se drogar”.

Participante: Cada um tem sua narrativa sobre a história.

Tem uma opinião. E qual é a verdade?

Participante: O fato continua sendo o fato. Qualquer coisa que falemos sobre o fato, será nossa opinião. Então, não podemos dar opinião nenhuma.