Porque Deus não aceita os que somente ouvem a Lei; ele aceita os que fazem o que a Lei manda. (Carta aos Romanos – Capítulo 2 – versículo 13)
Ou seja, Deus não aceita aqueles que somente se prendem à letra fria: isso é certo, aquilo é errado…
Veja, como é que você quer que alguém cumpra a lei se você não cumpre? Como é que quer ser amado, se não ama? Este é o ponto básico da vida para a elevação espiritual: exigir ser amado (ser atendido em seus desejos), mas não amar (submeter-se à vontade do próximo, mesmo acima de suas paixões).
Um dia eu disse para uma pessoa que ela deveria servir o próximo para elevar-se espiritualmente. Como exemplo, disse que se o marido quisesse ir ao futebol e ela à praia, que deveria acompanhá-lo e que isto deveria ser uma constante. Sabem o que ela me perguntou: ‘e quando eu vou fazer o que quero?’
Aí está o problema do ser humanizado e que caracteriza o seu egoísmo: exige receber para poder dar. É desta característica que surge a cobrança e o julgamento,
Sofre e imagina que não está recebendo do outro, mas na verdade, não recebe é de Deus… Ele não pode lhe dar não porque queira, mas como é que poderia lhe dar algo se você não gerou o merecimento de receber doando?
Os seres humanizados só buscam para si o tempo inteiro, vivem preocupados apenas em satisfazer suas próprias paixões e desejos. Como podem receber algo?
Como eles não compreendem a lei da causa e efeito que rege o Universo, na maioria das vezes utilizam a própria lei para cobrar do próximo: ‘você tem que me amar, pois está escrito na lei’. Mas, ao criticarem o próximo (dizer que ele não ama), não o amaram…
É isso que Paulo está nos ensinando… Este ensinamento é muito profundo. Eu disse antes que Paulo é muito profundo e é preciso compreender o que ele falava.
Ele dizia: você quer ser amado, ame. Ame sem esperar, sem julgar, sem exigir, sem criar valores para sentir-se amado. Ame e sinta-se amado a cada momento senão jamais você será amado…
Aliás, não só ele, mas todos aqueles que realmente compreenderam a mensagem de Cristo sempre falaram a mesma coisa…
Senhor, fazei-me um instrumento da vossa paz… Onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver ofensa que eu leve o perdão, onde houver discórdia que eu leve a união, onde houver dúvidas que eu leve a fé, onde houver erro que eu leve a verdade; onde houver desespero que eu leve a esperança, onde houver tristeza que eu leve a alegria, onde houver trevas que eu leve a luz.
Oh mestre, faze com que eu procure mais consolar do que ser consolado, que eu procure mais compreender do que ser compreendido, amar do que ser amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce para a vida eterna. (Oração atribuída a São Francisco de Assis). Tudo isso, sem críticas a ninguém…