Participante: se Deus é Onisciente, porque Ele precisa que lhe provemos algo?
Boa pergunta.
Por ser Onisciente, Deus sabe a capacidade de realização do espírito. É essa capacidade que é submetida àquilo que chamamos de livre arbítrio. Ou seja, o espírito tem a capacidade de realizar determinada escolha, mas para realizá-la precisa tomar uma decisão.
Deus conhece a capacidade de realização do espírito, ou seja, sabe o quanto o espírito é capaz de optar por uma ou por outra forma de amar, mas o espírito não sabe. O espírito, assim como o ser humanizado estudante, imagina que conhece a matéria, mas muitas vezes seu conhecimento não é tão profundo quanto imaginava.
Por isso, no momento da provação o espírito é pego de surpresa, ou seja, reage de uma forma que não imaginava que iria reagir. Mas, Deus não é pego de surpresa: Ele, por ser Onisciente, já sabia que o seu filho iria optar pelo que optou.
Sendo assim, posso dizer que Deus sabe o que o espírito vai escolher durante a encarnação, mas você, o próprio ser, não sabe.
Se isso é verdade, na realidade o espírito durante a encarnação não está provando nada a Deus, mas sim a ele mesmo. A encarnação, portanto, não se trata de um período de provações a Deus, mas sim a si mesmo: provar a si mesmo que aprendeu o que diz que aprendeu.
Para entender melhor o que estou dizendo, não se esqueça que o espírito encarnado não tem consciência do não amor com o qual vive. Para ele, que está ligado a um ego, são justas e amorosas todas as realidades que o ego cria e diz que são desta forma. Só depois de desencarnado é que o ser universal terá consciência do individualismo deste amor.
Hoje para você, espírito encarnado, é muito normal só fazer o que quer, só se submeter àquilo que deseja submeter-se, achar que é justo e importante receber isso ou aquilo. Você, o espírito, não vê nisso um individualismo, mas acredita que está certo, que é justo e amoroso. Só que não é.
A ideia de que as proposições geradas pelo ego são certas, justas e amorosas é apenas a provação à qual o espírito s submete quando encarna. Elas não podem ter estas caraterísticas porque são fundamentadas no egoísmo, que é a característica primária da personalidade temporária. Por este motivo, elas não contemplam valores universais e por isso não são reais.
Depois de desencarnado, ai o ser terá consciência da predominância do individualismo nestas ideias e dirá: ‘Meu Deus, como não pensei nos outros? Como eu só me preocupava comigo mesmo’.
Portanto, não é a Deus que você, o espírito, precisa provar nada, mas a você mesmo. Precisa mostrar a si mesmo o quanto tem consciência de que quando se considera o perfeito, o certo, não está sintonizado com Deus.