O Livro dos Espíritos – Pergunta 938a
Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?
Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.
Participante: é estranha essa resposta, não?
Não se pensarmos no Espírito da Verdade e na época que foi dada.
A resposta em si é auto explicativa. Quero apenas me atentar em um pequeno trecho: ‘Pode, se preferir a felicidade do egoísta’.
A ingratidão, ou a suposta ingratidão, pode selar o coração de quem prefere a felicidade do egoísta. Qual a felicidade do egoísta? Prazer, a satisfação.
A felicidade do egoísta, para o egoísta, acontece quando o que acha certo acontece. A felicidade do egoísta nasce quando o mundo satisfaz às posses, paixões e desejos.
Só um detalhe: isso não é felicidade. Isso é prazer, satisfação de vontades. Esse tipo de felicidade sela o coração, porque é resultado do amor condicionado.