Participante: Estamos buscando realizar estudos sobre obsessão e desobsessão em nosso grupo de estudos. Para isso temos recorrido aos ensinamentos que existem para tanto que descrevem e mostram como funcionam o astral e os planos inferiores. Agora, se tudo é ilusão, de que vale procurar estudar esta estrutura?
Diga-me uma coisa: qual o maior mestre que a humanidade teve? Na sua interpretação, qual o maior mestre, qual é o caminho para Deus?
Participante: Cristo…
Está certo…
Nos ensinamentos deste mestre, o que se fala a respeito de desobsessão? Nada…
Em nenhum momento nos ensinamentos de Cristo se fala em desobsessão. Se ele não ensinou, ou foi um mestre falho, pois deixou de ensinar alguma coisa importante, ou não foi um mestre tão importante assim, não é mesmo?
Deixe-me lhe explicar…
Infelizmente, ou felizmente, existem modernismos que se ligam a religiosidades. Acupuntura, desobsessões, apometria… Todas estas ações são novidades que, na verdade, têm o mesmo fundamento: produzir, por meios não ensinados pelos mestres, a felicidade material.
É… Você faz uma desobsessão em espíritos encarnados – estou falando em termos que vocês usam – para que espíritos encarnados tenham uma “vida melhor”. Bolas, isso vai de contra o que seu mestre falou.
Seu mestre, o Cristo, disse assim: não amealhe bens na Terra, não se preocupe com os acontecimentos da vida terrestre. Então, qualquer ação no sentido de produzir uma felicidade terrena, não é indicada por Cristo. Este é o primeiro detalhe que temos que ter sempre em mente quando se fala em desobsessão.
Segundo detalhe – e agora vou entrar na parte técnica que vocês dizem que estudaram: quando ocorre uma obsessão? Em O Livro dos Espíritos esta resposta está muito clara: quando dois espíritos estão no mesmo padrão vibratório.
Vou lhe dizer algo neste momento sem nenhuma intenção de querer me engrandecer: será muito difícil um obsessor encostar-se a mim. Sabe por quê? Porque eu não tenho o que ele quer.
O espírito encosta para obsedar um encarnado porque este tem o que ele quer. O Espírito que obsedeia um encarnado com o objetivo de fazê-lo beber mais, por exemplo, é porque aquele ser humanizado tem a tendência para a bebida, vive o prazer que o ego cria quando ingere bebidas alcoólicas. Ou seja, os dois espíritos estão na mesma frequência, na mesma sintonia.
Mas, se este ser humanizado está na mesma sintonia de um espírito e você o submete a um processo desobsessivo sem alterar esta faixa de vibração, o que acha que vai acontecer?
Vai acontecer o que Cristo ensinou: você expulsa o demônio, ele sai, não tem onde ficar, por isso volta. Ao retornar e encontrar a casa arrumada, ou seja, tudo o que ele gosta, todas as paixões que ele ama, chama mais sete para morar lá dentro junto com ele.
Este é o grande problema que eu venho me batendo há muito tempo. O processo chamado de desobsessão é feito a partir da ideia de que um ser humano coitadinho está sendo obsedado por um espírito “mal”.
Engano: os dois são iguais. Não importa se são considerados pela humanidade como “bons” ou “maus”…
O que precisa ser feito, como processo desobsessivo, não é “tirar” o espírito desencarnado “na marra”, amarrado, preso, como acontece em muitas casas e dizer ao ser humano que ele agora está bem, está livre. Com isso, o encarnado continua fazendo as mesmas besteiras, sentimentalmente falando, e atraindo novos obsessores.
O processo desobsessivo deveria ser feito assim. Faça o espírito desencarnado incorporar em médium. Antes deste falar, diga para o encarnado: ouça o que ele falar, porque este é o motivo pelo qual você está sendo obsedado.
Quando o espírito fora da carne disser que está obsediando aquele ser humanizado por qualquer motivo, não aceite as justificativas do encarnado que afirmam que o que o outro diz não é verdade. É preciso ser direto com o ser humanizado e dizer que as razões do obsessor são sempre reais.
Mais do que isso: que elas devem ser alteradas pelo encarnado, já que na hora que ele se mudar desta frequência sentimental este espírito desencarnado vai embora e nenhum outro aparece.
Entende a diferença entre o que eu disse e o que vocês fazem? Não adianta se estudar técnicas desobsessivas, apometria ou qualquer outro destes métodos, sem que se trabalhe no espírito encarnado obsedado a reforma íntima, a mudança.
Sabe o que é, no fundo, a obsessão? Uma oportunidade para que o espírito encarnado promova a sua reforma íntima. Só isso.
Mas, a humanidade não consegue ver isso porque parte do pressuposto que o ser humanizado é um santo que está sendo obsedado por um espírito “mal”.
Não é isso não…
Participante: O senhor descreveu vários detalhes de um processo obsessivo. Este processo não é ilusão?
Eu descrevi vários detalhes de um processo obsessivo ilusório… Só isso…
Eu descrevi uma ilusão porque estou falando com alguém que ainda não conhece a fundo o que estamos conversando… Ele ainda não se aprofundou nos assuntos espirituais como nós já fizemos e por isso me dirigi a ele desta forma…
Agora, se fosse qualquer um que já estivesse conosco há algum tempo, eu teria que responder da seguinte forma: que obsessão? Que obsessor? Que processo obsessivo e que desobsessão, se tudo que acontece durante a existência através da razão é uma mera ilusão?
Participante: O espírito obsessor está atrás de um ego semelhante ao que tinha durante a sua última encarnação?
O espírito obsessor está ligado a um ego semelhante ao do sétimo plano – aquele que você chama de encarnado – ou ainda ao mesmo ego com o qual viveu a última encarnação.
Sabe aqueles escravos que, de acordo com a literatura espírita, vivem no mundo espiritual procurando os capitães do mato para se vingar? Eles ainda estão ligados ao mesmo ego que viveram na terra. Por isso pensam da mesma forma e buscam agir dentro da mesma faixa de raciocínio…
Então, os obsessores podem estar ligados a egos semelhantes ao da encarnação, ou seja, estão em novas identidades que ainda possuem os mesmo valores da anterior, ou podem estar ligados ao mesmo ego, ser a mesma pessoa, sem carne, que era quando tinha carne…