Participante: ver com outros olhos também não é algo que o programa cria?
Não. O que estou falando ver com outros olhos é tocar em outros pontos, usar outros filtros, mas isso não é o programa que faz. Vou explicar melhor.
O que estou falando na verdade aqui é um ensinamento da psicologia: a dissociação de si mesmo. Ver com outros olhos é se afastar de você e ver livremente ou com outro ângulo de visão. Foi o que falamos sobre a batida do carro. Se está de lado vê uma coisa, estando de frente vê outra, de costas, outra coisa.
É preciso explorar outros ângulos. Para que? Para não aceitar nenhum. Não dissociando-se de si mesmo, sabendo que é um espírito e só um programa que gera a realidade, ficará igual a jumento: estanca e não anda com nada. Não sai do lugar. Assim, cada vez que a imagem for criada, sofrerá.
Portanto, é preciso se dissociar de si mesmo, ver com outros olhos, observar por outros ângulos, tocar em outros pontos, usar outros filtros. A palavra não importa. O importante é sair de si mesmo e dizer que a compreensão que está recebendo não é a verdade absoluta, mas apenas uma programação. Pode ser isso ou aquilo.
Com isso o que gera para si? Dúvida: eu não sei o que é. É preciso que tenha muitas opções de poder ser para que não saiba o que é na verdade. Na hora que elimina alguma coisa que pode ser como realidade, a emoção, que é posterior à razão que cria o momento, não vem.
A razão sempre gera algo. Aceitando o que ela diz, terá que viver a emoção que for criada. Não tendo razão, não há emoção.
Participante: isso não faz parte do espírito?
Não o sentir faz parte do espírito. A parte do espírito é o que vem antes de toda a razão e que a gera.
Digamos que o espírito tenha um sentimento de posse, o amor egoísta. Por causa disso cria-se um história que envolva este tema para poder testar aquela posse. Por isso sempre separei sentimento de emoção.