Sendo assim, posso dizer que a reforma intima não altera a vida, mas sim a forma como o espírito vivencia o que a personalidade humana vive.
Participante: trata-se de uma mudança de atitude?
Não, uma mudança da forma como o espírito participa das vivências da personalidade humana. Uma mudança não de atos, mas do estado que o espírito participa daquela vivência.
Participante: não adianta eliminar as leis e continuar fazendo o que se faz
Adianta sim.
Pode deixar tudo mundo continuar a fazer o que faz, pois se você não vivencia mais o que vivenciava antes, os outros não vão mais fazer o que faziam. Ficou difícil de entender? Vou dar um exemplo para facilitar a compreensão.
O acontecimento carnal diz que a personalidade humana que o espírito está ligado vai andando na rua quando alguém mete a mão no seu bolso, tirando de lá o dinheiro. O que é isso para o ser humano? Um roubo.
Dentro do processo de reforma íntima, o espírito aprende que tal ação na verdade é apenas uma representação de sua provação. Com isso o espírito não mais acredita quando o ego diz que tal acontecimento é um roubo, mas o entenderá como sua provação.
Repare: o ato continua o mesmo (alguém meter a mão no bolso da personalidade humana e tirar o dinheiro), mas o espírito não vivencia mais um roubo e sim uma provação.
Depois o ser passa a compreender que a sua provação é, na verdade o fruto do amor de Deus por ele. Neste momento ele ultrapassa a ideia de tal acontecimento ser uma prova, mas sim a materialização do amor do Pai pelo seu filho.
Ou seja, o mesmo acontecimento foi primeiro compreendido como roubo, depois como provação e, posteriormente, como amor de Deus em ação.
Por isso disse que para quem não vivencia mais o que vivenciava antes, os outros não vão mais fazer o que faziam.
Participante: o espírito deixa de julgar o ladrão?
Mais do que isso: para o espírito que se liberta do que a personalidade humana diz que está acontecendo não há mais ladrão. Não há mais ladrão porque não há mais roubo.
Dentro da escala que colocamos no exemplo, aquele que participa do acontecimento enfiando a mão no bolso tirando o dinheiro inicialmente se transforma num instrumento da provação e depois do amor de Deus, um mensageiro do Senhor.
Compreende o que estou querendo dizer? Os acontecimentos da vida não mudam, mas sim os valores com o qual se participa destes acontecimentos.
Isso é reforma intima.