De início, pode-se afirmar que nenhuma característica humana pode servir como marca da elevação espiritual.
A título de exemplo, dar coisas a quem necessita não caracteriza a elevação de nenhum ser humanizado, bem como orar, exercer atividades mediúnicas, ser voluntário em trabalhos assistenciais também não caracterizam um ser elevado, salvo se qualquer ato desses – assim como qualquer outro – for praticado com a renúncia do fruto da ação ou do egoísmo, ou seja, exceto se a ação for vivenciada com paz e harmonia pertinente a todos, amando-se a estes, a tudo e, consequentemente, a Deus.
Vale também registrar que a cultura sobre as coisas espirituais, o suposto conhecimento sobre as coisas do mundo além matéria também não é traço característico de um ser elevado. Como ensinou Cristo, Deus mostra aos simples o que esconde dos sábios. Na mesma linha, o Espírito da Verdade reafirmou o ensinamento de Cristo quando disse que Deus não deixa o ser humano conhecê-Lo por sua própria natureza. Diante disso, de nada adianta a cultura que alguém tenha, pois, se esta cultura não for acompanhada com a renúncia acima mencionada, não há se falar em elevação espiritual.
A natureza humana é contrária à espiritual. Ora, se isso é verdade, aquilo que a natureza humana quer é contrária àquilo que a natureza espiritual quer.
Nesse sentido, podemos nos reportar a outro ensinamento do Cristo, qual seja: não se serve a dois senhores ao mesmo tempo; ou se serve à matéria, ou ao espírito.
De todo o exposto, pode-se chegar à conclusão de que a característica do ser elevado na carne é a vivência da natureza humana sem servir a esta, no constante exercício da reforma íntima, buscando identificar, emocionalmente, o que os mestres disseram sobre uma nova forma de vivenciar os acontecimentos da vida.