Primeiramente vamos ver o mais fácil de compreender: os objetos do mundo material. Todos os objetos que existem são instrumentos emanados por Deus para a ação carmática do espírito.
Esta mesa, por exemplo, não é sua: é uma emanação de Deus. O Pai criou-a manipulando o fluído universal, dando a ela um determinado aspecto e consistência para que possa fazer parte de ações carmáticas. Ele não lhe ‘deu a mesa, mas colocou-a a sua disposição enquanto for necessário para a sua ação carmática.
Ela estará aqui enquanto for necessária para a essência das ações carmáticas que você, espírito, precisa participar. Na hora que ela não for mais necessária para suas ações carmáticas Deus poderá retirá-la, a retirará. Para isso emanará outra situação onde a mesa deixe de estar sob a sua guarda. Neste momento, ela ainda estará servindo como instrumento de uma ação carmática. O não mais existir a mesa será uma nova situação que representará uma nova essência para uma nova ação carmática.
Por causa desta compreensão o ser humano deve se relacionar com os objetos sem pensamentos que contenham posses. Apesar desta forma de relacionamento já ter sido aconselhada pelos mestres da humanidade, os seres humanizados ainda se deixam levar pelas criações mentais que afirmam que a mesa é dele.
Para seguir os ensinamentos dos mestres e com isso alcançar a evolução espiritual, o ser humanizado precisa, ao perceber esta mesa e o raciocínio lhe dizer que ela é sua, combatê-lo afirmando: ‘isto não é uma mesa, mas um instrumento para as minhas ações carmáticas. Se ela está aqui, louvado seja Deus por ter criado este instrumento como essência do meu carma; se não estiver, o louvo do mesmo jeito’.
Se ela está inteira ou quebrada, limpa ou suja, ou seja, a forma como ela é emanada por Deus gera uma essência carmática que serve como provação para o ser humanizado. Por isso, ao invés de se vangloriar ou sofrer com ela, louve a Deus por lhe dar esta oportunidade de se elevar. Para isso saiba que a sujeira ou o quebrado da mesa e os acontecimentos que fizeram-na tomar aquela forma foram emanações de Deus e Ele fez isso apenas para que você, o filho Dele, tivesse uma oportunidade de elevar-se.
Esta é a forma de interagir com os objetos que fazem parte da ação carmática que você vivencia durante a encarnação. Aproveitar esta oportunidade é vivenciá-los no estado que estão sem que sofrimento ou prazer e sem querer mudá-los.
Apenas uma observação. Apesar de falar desta forma, não estou aqui dizendo que você não deve limpar ou consertar a mesa quebrada. Quando falarmos de pessoas e acontecimentos, trataremos das ações especificamente (limpar ou não limpar, consertar ou não). Por enquanto é preciso apenas compreender a forma de se relacionar com o objeto sem querer entender ainda como agir com os acontecimentos deles.
O que estamos falando, por enquanto, é que não existe a ‘droga da televisão’ novinha que quebrou e nem a ‘porcaria da torneira’ que está vazando. O que existe é uma proposição de situação onde os objetos são instrumentos de carmas, ou seja, da essência do acontecimento. Quando falarmos dos acontecimentos, veremos se a torneira deve ser consertada ou se devemos reclamar na loja a quebra da televisão.
Só naquele momento vamos discutir a questão de como agir. Por enquanto precisamos entender apenas que as coisas e a impermanência delas (alteração constante de estado) são instrumentos do seu carma emanados por Deus.
E fazer isso é entender que se a sua televisão quebra, na verdade isso não aconteceu. O que ocorreu é que Deus mudou a situação dela de funcionar para parada. Fez isso para gerar uma ação carmática onde está implícita uma essência que lhe provará em alguma coisa para a elevação espiritual. Não há nada quebrado, errado ou torto, mas ações carmáticas que expõe uma essência que você, espírito, pediu para ser provado.
Para reagir positivamente no sentido da elevação espiritual é preciso que este ser esteja além da existência do objeto televisão e além da situação quebrada. Somente libertando-se da formação mental que cria estas verdades para a emanação de Deus, o ser humanizado pode viver conscientemente o acontecimento como carma. Pode compreender que existe ali uma essência à qual precisa responder amorosamente e assim conseguirá realizar a reforma íntima que leva à elevação espiritual.