Tudo que disse até aqui sobre o carma está presente na encarnação para missão ou provação, sem me explicar muito bem a diferença do carma nas duas coisas. Vou falar um pouco agora disso…
Na verdade, através das percepções do ser humanizado é impossível saber se cada um está em provação ou missão. Isto porque, tanto um quanto o outro possui um ego que lhe determina verdades. Nenhum ser humanizado consegue saber se um determinado ser humanizado está em provação ou missão, nem o próprio. A mente de ninguém lhe diz que ele é um espírito em missão. Se disser, isso não é real, mas sim um carma. A diferença entre o ser que encarna para missão e o que encarna para provações está na elevação espiritual que cada um já alcançou ao longo da existência eterna do espírito, mas este fator não pode ser conhecido pelas percepções humanas.
A encarnação para provação é para aquele espírito que precisa realizar ainda algo para evoluir dentro do mundo em que vive; missão é uma existência carnal de espíritos que já alcançaram o máximo de evolução espiritual deste mundo, mas permanecem ligados a ele (preso à roda de encarnações) para ajudar o próximo.
Tanto um quanto outro, como disse, será guiado por um ego e ele, acionado por Deus, criará elementos que ratifiquem externamente uma compreensão racional. Não existe diferença entre o ego de um missionário e o de um espírito em missão. Isto porque se o missionário fosse sempre um santo não serviria como elemento criador das provações dos outros.
Sendo assim, o ego do espírito missionário precisa criar imaginações que nem sempre podem ser classificadas como corretas. Por exemplo: o ego de um missionário pode dizer ao espírito que ele não gosta de determinada pessoa. Fará isso com a intenção de justificar (criar a ilusão da racionalidade) as ações que aquele ser, agora humanizado, precisa praticar para auxiliar a prova dos outros.
Portanto o não gostar de alguém (ter esta compreensão racional) não significa baixo índice de elevação espiritual, mas apenas um carma necessário para uma missão. Sendo assim, se você não gosta de alguém pode ser que seja porque tem a missão de não gostar dela. Não se lamente por isso, diga a si mesmo apenas: não gosto, e daí…
O ato de ter a compreensão de não gostar, é sempre seu carma, seja você missionário ou espírito em provação. Portanto, não há necessidade de sofrer com esta construção mental ou acusar-se dizendo que não passou na prova porque teve esta idéia sobre o outro. Deixe o ego continuar gerando a compreensão de que você não gosta dela, mas não acredite nesta informação. Diga para si mesmo: gostar ou não gostar é apenas uma impressão que o ego está me dando; eu não sei se gosto ou não…
É assim que se liberta do carma: tendo a consciência que a criação racional do ego não é uma verdade nem uma realidade – é simplesmente um carma – estando em missão ou provação…
Promover a reforma íntima é exatamente isso: saber que a compreensão que é alcançada a cada momento da existência carnal é um carma e é exatamente assim porque, antes da encarnação, você, o espírito, pediu para agir, como missão ou provação, dentro de determinada posse gerada pelo egoísmo. Então, a compreensão racional de agora é a conseqüência (efeito) de uma causa: o pedido feito em um momento anterior para vivenciar uma missão ou provação.
Não importa se você está aqui por provas ou por missões: tudo o que se conscientiza é aquilo que veio a esta existência para se libertar. Se libertar não no sentido de deixar de ser, mas no sentido de compreender que tudo que você acha não é real, mas apenas um carma.