Agora podemos, também, compreender um pouco mais da pergunta sobre o escrever o livro da vida…
O ser universal sabe que tem que combater o egoísmo que está presente nele e que é expresso pelas posses dos bens materiais. A partir deste gênero de provação escolhida pelo espírito, Deus cria através do ego compreensões sobre determinadas coisas de tal forma que estas espelhem uma paixão por um elemento humano ou espiritual.
Por exemplo, quem precisa, por missão ou provação, trabalhar a possessão moral, vai ter compreensões racionais de que determinadas pessoas estão erradas. No entanto, elas não estão certas ou erradas, pois o que elas pensam não tem nada a ver com a compreensão. Aquelas pessoas são simplesmente instrumentos carmáticos, ou seja, estão fazendo figuração para que a lógica racional, que é o carma, aconteça.
O carma ou prova é a compreensão que acha errado aquela pessoa, pois isso parte do egoísmo. Existe, portanto, neste carma uma posse moral (achar que está certo) e a paixão, que é representada através daquela determinada pessoa.
Desta observação nos chega uma verdade: para o mesmo gênero de possessões existem milhares, bilhões de paixões. Mas, não importa se você acha errado o garoto de rua ou o presidente da república: eles são apenas instrumentos carmáticos, instrumentos para gerar a compreensão fundamentada na possessão moral (eu sei), ou seja, paixões criadas por Deus.
É assim que se escreve o livro da vida. O espírito escolhe o gênero de provas (as possessões) que quer executar e Deus, ao longo da vida, vai criando paixões para que a provação possa acontecer. Esta é a realidade que todo ser humanizado deve viver: tudo aquilo que ele compreende é um carma onde está configurado um gênero de provas (possessão) que é exercido através de uma paixão criada por Deus.
E é por isso que Cristo fala tanto em não julgar, em não criticar. Tire a trave do seu olho, pois ao criticar alguém, está cedendo a um carma de posse moral e, com isso, extravasando o seu egoísmo…
Saiba que você ao gostar ou não de alguém está exercendo determinada paixão oriunda de um carma de prova sentimental. Com isso deixou de amar universalmente aquela pessoa, pois preferiu o sentimento baseado no seu egoísmo…
É isso o que vocês chamam de vida ou raciocínio. A cada micro fração de tempo, Deus através do ego vai gerando os seus carmas e o faz usando outros elementos que estão vivendo o carma deles. Aquele que você compreende como errado, quando participa da sua ação carmática, também tem uma compreensão individualizada: isso é o carma dele. Você, quando assiste o que ele faz, tem uma compreensão e ela é o seu carma.
Este é o mundo. Esta é a vida. Os carmas vão se sucedendo e quando você pensa que está se relacionando com alguém, na verdade, está se relacionando com Deus, vivendo seus carmas. Isso é a vida.
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