Dito isso, afirmo agora: o carma é a própria vida. Isto porque a vida, a existência, pode ser definida como uma sucessão de momentos que se sobrepõem um ao outro. Cada um deles é um carma, ou seja, a exata reação ao que foi praticado no momento anterior.
Sendo assim, onde há existência – e repare que não estou falando apenas em vida carnal, mas em existência de um ser universal – há carma e sem ele não haveriam existências. Se não houvesse uma conseqüência, um efeito, não haveria o momento sucessor do presente e, assim a existência não teria continuidade: estagnar-se-ia.
Continuando na nossa busca da compreensão sobre o carma, afirmo, então, que ele é cada momento de uma existência do ser universal, seja ela na carne ou fora dela. Cada momento da existência de um espírito é um carma, porque é o reflexo gerado por uma atividade anterior.
Isso precisa ficar bem claro. Será que, no momento, a atividade da sua existência é estar me ouvindo? Não, o que está acontecendo neste momento é um carma. Isto porque o fato de estar aqui agora não foi uma decisão sua, mas uma reação a um momento anterior. Você está aqui porque foi trazido e não porque quis vir.
NOTA: Tal afirmação se baseia no ensinamento contido em ‘O Livro dos Espíritos’ (pergunta 851) onde o Espírito da Verdade afirma que tudo o que acontece durante a existência carnal de um espírito é fruto de sua escolha antes da encarnação.
Posso dizer, então, como definição, que o carma é os acontecimentos de uma existência. Não importa o que esteja acontecendo: seja o presente momento considerado como bom ou mau, certo ou errado, bonito ou feio, é sempre um carma, um reflexo de uma atividade anterior do espírito.