Todos os enviados de Deus ao planeta, de uma ou de outra forma, deixaram o ensinamento que somente a Verdade pode salvar o ser humanizado, ou seja, somente a compreensão e a vivência de seus ensinamentos podem levar o ser humanizado a retornar à sua consciência universal ainda durante a encarnação.
Cristo afirmou que o cumprimento dos seus ensinamentos levaria o ser a conseguir chegar ao reino dos céus (caminho, verdade e luz). Kardec mostra que a elevação espiritual será alcançada com uma vida vivida de acordo com a atualização dos ensinamentos de Cristo, como a espiritualidade transmitiu.
Mohamed fala do incitamento que o Anjo Gabriel faz à completa submissão ao Livro Sagrado (Alcorão). Mesmo o Buda, Gautama, cujos ensinamentos muitas vezes têm sido desvinculados de religiosidade, fala da necessidade da fé no Deus Universal para a completa elevação.
Se todos estes enviados, provieram de uma Fonte comum, em qual dos ensinamentos está a verdade que poderá nos salvar? No Deus cristão, na espiritualidade de Kardec, no Alcorão ou no nirvana de Buda?
Quando afirmamos que o espiritualismo é como uma carreira universitária composta de diversas cadeiras, buscamos exatamente a compreensão desta Verdade. Existe uma única Verdade Universal, que é Deus, Pai Supremo e Criador do Universo. Esta Fonte Suprema é a Verdade que pode salvar o ser.
Todos os Seus enviados trouxeram trechos dos ensinamentos que, isoladamente, não conseguem atingir a Verdade Universal. Transformar o ensinamento ou o seu porta-voz em objeto de adoração afasta o ser da Verdade Universal.
Apenas compreendendo que cada um dos mestres não passa de transmissor de uma determinada ciência necessária para a formação acadêmica, o ser conseguirá alcançar a Deus, a única Verdade que pode salvar.
Muitos são os exemplos que podemos citar para comprovar o que estamos falando, mas um deles é bastante representativo. Quando Cristo diz aos seus apóstolos que é preciso que ele vá antes para reservar seus lugares no reino do céu, é questionado pelos apóstolos que não sabiam como alcançá-lo depois de sua ida.
Em resposta, o Mestre afirma que “existem muitas moradas no reino de meu Pai”, ou seja, existem muitas formas de se alcançar a Deus. Cada um dos mestres da humanidade com seus ensinamentos representam uma destas moradas do Pai.
Entretanto, aquele que não conhecer todo o reino não conseguirá sentir-se em casa, pois desconhecerá as demais moradas. Para se morar no palácio do Pai é preciso conhecer todos os cômodos, ou seja, conhecer todos os ensinamentos enviados por Deus.
Prender-se a um determinado transmissor como fonte única da vontade divina é criar um ídolo que será servido e idolatrado. Só este fato já quebra o primeiro e o segundo mandamento das leis de Deus transmitidas a Moisés.
Os idólatras não são aqueles que utilizam imagens, mas sim todos aqueles que idolatram o transmissor dos ensinamentos e que não compreendem que eles são apenas instrumentos do Pai.
A religião que prega o isolamento e a superioridade sobre as demais, nega os próprios ensinamentos do mestre que lhes serve como doutrina. Nega a fonte da informação a quem todos eles se submeteram: Deus.
Os mestres são caminhos, Deus é o objetivo. No entanto, o que leva cada religião a isolar-se das outras são apenas meros detalhes que, na verdade, não se tratam de diferenças profundas, mas frutos, na maioria das vezes, da soberba do ser humano que quer possuir a Verdade Universal.
Reencarnação ou vida única, Alá ou Jeová, santos orientais ou ocidentais, vida fora da carne ou passividade até o julgamento final? Todas estas informações estão contidas nos ensinamentos de todos os mestres, mesmo daqueles que a religião afirma que não falaram desta forma.
Aqui devemos relembrar o ensinamento que Cristo nos deixou: “olhos de ver e ouvidos de ouvir”. Partindo-se de uma premissa pré-elaborada, o ser jamais conseguirá enxergar de outra forma. É necessário que ele isente-se de pré-conceitos para conseguir enxergar a Verdade Universal que está embutida em todos os ensinamentos.
Existe uma única Verdade Universal e esta foi explicitada por Cristo: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Apesar dos demais mestres não terem pronunciado esta frase, esta foi a motivação que todos ensinaram como base para se alcançar a elevação espiritual.
Esta é a única verdade que pode salvar. Todos os mestres trouxeram ensinamentos para colocá-la em prática e isto também é uma Verdade Universal.
Cristo e Mohamed falaram teoricamente sobre este amor ao Pai e ao próximo, Buda ensinou a técnica para se colocar em prática este amor na vida material e Kardec ensinou o objetivo desta prática. Assim, a Verdade Universal não poderia ser outra a não ser o “Amor Universal”.
Por este motivo, o espiritualismo tem que ser ecumênico. Este espiritualismo não gera ídolos para serem adorados, mas respeita a todos os enviados transmitindo a essência dos seus ensinamentos com o objetivo de que cada um consiga alcançar o “Amor Universal”, podendo, então, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.