A morte e a consciência

Participante: a morte não está presa ao corpo carnal, mas a ligação do ego? Daí se poder dizer que há morte na carne e ressurreição em espírito ou ser. A transformação da consciência é uma morte ou melhor, a morte do homem?

A morte, como vocês humanos entendem, é uma criação do ego. A personalidade humana diz que vocês estão vivos e em um determinado momento afirma que estão mortos. Só que vocês, espíritos, no sentido humano dos termos, não estão nem vivos nem mortos: estão espiritando.

É o ego que diz que estão vivos enquanto estão espiritando. É ele, também que diz que estão mortos, quando na realidade continuam espiritando. Por isso afirmo que a morte não está no ego, mas é uma criação dele, assim como a vida também é.

Vamos mais adiante na sua questão …

Cristo ensinou: em verdade, em verdade, vos digo que quem não nascer de novo não verá o reino do céu. Só que para que alguém renasça, é condição necessária que ele morra antes. O renascimento necessita que aquele que esteja vivo morra para só depois nascer novamente.

Por isso posso lhe afirmar: quem não morrer não verá o reino do céu. Só que essa morte não é física, pois como disse, ela é apenas uma criação do ego. Sendo assim, ainda é um elemento humano, o elemento para o qual é preciso morrer para renascer.

Resumindo tudo o que disse e levando em conta, ainda, que a morte que leva ao renascimento é o fim da humanidade que o ser vive durante a encarnação, posso dizer que a transformação da consciência é o fim do ser humano. Deixando de viver a humanidade que está presente na personalidade humana, o ser mata o ser humano que imagina ser, a personalidade que acha que é.

Só que este matar não se trata de acabar com a mente, porque isso é impossível para você que está humanizado, mas libertando-se das ideias que a mente cria. Matar a personalidade humana é deixar a mente viver a vida e você, tornando-se apático ao que ela diz, não vivencia como real as coisas que ela cria. Essa é a elevação espiritual, a reforma da consciência que leva ao fim da sua humanidade. Agora, a realização deste processo não quer dizer que você sairá da carne, mas sim que deixará de ser um humano e sentir-se-á um espírito na carne.

Espírito na carne é aquele que possui a consciência de ser universal, de ter existido antes da carne e que continuará a existir depois. É aquele que possui a consciência de que existe uma existência eterna acontecendo com valores muito diferentes dos acontecimentos mundanos. É aquele que sabe de tudo isso e sabe que ele, o ser, está espiritando nesta existência eterna e não vivendo o que a razão diz estar existindo.

Eis aí, portanto, a sua resposta: sim, a reforma da consciência leva a morte do ser humano. Só que me permita lhe dizer mais uma coisa. Sabe qual o terceiro segredo transmitido por Nossa Senhora em Fátima e até hoje não revelado? O fim da raça humana. Só que não o extermínio das massas corporais, mas no sentido que conversamos hoje: o fim da existência de espíritos que se acreditem como humanos.

Falando assim fica complicado, mas o que Nossa Senhora disse é que haverá a transformação no sentido das reencarnações no planeta: do mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. O que ela quis dizer é que uma nova raça nascerá. Não uma raça que possua um corpo diferente, mas uma que viva de maneira diferente: ao invés de viver como os humanos, os habitantes do planeta serão espirituais, mesmo estando encarnados.

Veja que quando olhamos mais detalhadamente as coisas as peças vão se encaixando e as mais variadas expressões se juntam para formar apenas um caminho. O problema é que vocês se entregam a lógicas isoladamente que mantém a existência humana como realidade, as peças – e como peças estou falando dos ensinamentos dos mestres – não se encaixam.