Existe um pessoa aqui que é apegada aos seus filhos. Por causa desse apego, espera que seus filhos tomem determinadas atitudes dando carinho e atenção. Os filhos dela não agem assim. O que acontece? Ela sofre.
Será que para parar de sofrer ela pode deixar de ser como é, ou seja, deixar de se apegar aos filhos, de não esperar determinadas atitudes por parte deles? Não, como Krishna ensina, cada um age de acordo com sua natureza. Portanto, enquanto ela tiver essa natureza, viverá o sofrimento.
O que pode fazer então? Pode não aceitar a frustração, a raiva ou qualquer outra emoção que vocês vivem por conta dessa ação. O que quero dizer é que ela pode não aceitar o fruto da ação que está vivendo.
Ela pode lutar para deixar de ser a mãe que é, pode lutar para vencer a forma como lida com os filhos, mas certamente não conseguirá mudar isso em si, pois ninguém consegue vencer a sua natureza humana.
Participante: você está dizendo que nós devemos ter uma ausência de sentimentos?
Não é isso que estou falando.
Ausência de sentimentos é não sentir. O que estou falando é de equanimidade, de sentir a mesma emoção por todas as coisas. O que deve ser sentido por todas as coisas para poder se viver em paz e feliz? Krishna chama de equanimidade; eu acho de apatia.
Apatia é uma emoção. Quando você se torna apática com relação ao que os seus filhos fazem, você deixa de viver a frustração.
Participante: a natureza humana para de dar frustração.
Não, ela continuará enquanto você precisar deste caminho para aproximar-se de Deus. Você é que precisa derrotar constantemente o que ela cria.
Participante: o senhor falou que não pudemos mudar a natureza humana, mas eu já mudei em muitas coisas.
Concordo, mas quem disse que foi você quem mudou? Na verdade foi a própria natureza humana que se mudou e lhe disse que você tinha gerado a modificação. Para que? Para que se prenda a ideia de que é capaz de se modificar. Iludido dessa forma, concentra seus esforços em mudar-se e quando não acontece, engole a frustração que a mente oferece.
Na verdade a natureza humana não muda porque ela quer ou porque acha importante se mudar. Ela se muda como fruto de um trabalho seu. Ela muda quando você mudou-se internamente: aprendeu a não aceitar o fruto da ação.