Participante: Kardec deveria ter passado as mensagens como vieram, mas como professor acabou colocando o ponto de vista dele em tudo. Isso levou a criação de admiradores do mensageiro e não a atenção às mensagens.
Você está parecendo promotor público, advogado de acusação: achou o culpado e quer mete-lo na cadeia. Quanto a mim, me dou o direito de fazer o papel de advogado de defesa.Estudamos todas as perguntas de O Livro dos Espíritos e não mudamos uma vírgula de lugar. Por isso, não vejo culpa na escrita de Kardec. Vou dizer mais: quando se fala da influência dos espíritos sobre o mundo humano, o comentário de Kardec publicado em O Livro dos Espíritos é muito mais elucidativo do que a própria informação do Espírito da Verdade.Na questão da visão do encarnado sobre os espíritos, Kardec diz claramente: ‘sonhamos que os espíritos venham com uma varinha mágica e façam acontecer aquilo que queremos. Mas, não é bem assim. Na verdade os espíritos nos levam por onde temos que ir para que aconteça o que tenha que acontecer’. Essas não são palavras do Espírito da Verdade, mas comentários pessoais de Kardec.Portanto, o problema não é Kardec, mas sim aqueles que pegaram os ensinamentos escritos pelo Codificador e os ligaram a intencionalidades relativas ao bem humano. Só que mesmo quem fez isso não é culpado de nada. É instrumento da prova dos espíritas.É instrumento para que Deus faça aos seres humanizados uma pergunta: ‘você vai amar o Kardecismo acima de mim? Vai amar o catolicismo, o evangelismo, o hinduísmo, o budismo, acima de mim?’Então veja: não se arvore em promotor de justiça, em advogado de acusação. Não existem culpados. Tudo faz parte da obra geral.Você precisa entender a vida a partir desse ponto de vista para, ao invés de julgar o outro, voltar a sua atenção para o seu aqui e agora. Só com essa atenção pode se concentrar nas suas impurezas.Aliás, sabia que a afirmação que acabou de fazer é uma impureza para o espírito? É uma impureza porque você arrumou um culpado. Para isso julgou e condenou.Você não viu essa impureza, não é mesmo? Não viu porque estava desatento. Estava no mundo imaginário onde existe um Kardec escrevendo O Livro dos Espíritos.Isto é pura imaginação. Quem disse que foi ele que escreveu? Você viu? Tem alguém vivo que tenha visto? Não. Então, isso é uma história que puseram na sua cabeça: ‘Kardec escreveu esse livro’. É só imaginação, não é verdade, não é realidade.O passado passou, acabou, não existe e você não o conhece. O que faz é trazer informações sobre o passado no presente. Acontece que toda informação que vem do passado para o presente pertence ao mundo imaginário, pois é uma interpretação que é gerada para o aqui e agora. Para que a prova exista no aqui e agora.O que ainda não entenderam é que hoje estou reduzindo o mundo àquilo que está a sua volta. Faço isso porque se você não fizer essa redução não vai conseguir fazer nada.De nada adianta estar me ouvindo agora ligado ao que está acontecendo no quarto ao lado, na cozinha, na casa do vizinho, no meio da rua, no dia que Kardec escreveu O Livro dos Espíritos ou quando Cristo entrou em Jerusalém. Você não está lá. Por isso, nada do que está lá pertence ao seu aqui e agora.Se está sentado na sala ou no seu quarto, esse é o seu mundo agora. Só o que está ali é válido, é necessário, para sua elevação espiritual. Todo o resto pertence ao mundo imaginário.
2 comentários
Ha controvésias gritantes nesse texto. Quando kardec colocava algo do proprio pensamento, os Amigos espirituais chamavam a atençao dele mostrando onde estava o erro. Ele ouvia pancadas nas paredes e nâo sabia de onde vinham. Na proxima seçao q kardec ia um dos espritos de escol falava q foi ele que queria chamar atençao de kardec sobre um engano naquele determinado paragrafo. Chegando em casa ele ia no paragrafo citado e reconhecia o erro e corrigia. Isto está comprovado nas Revistas Espiritas daquele seculo XiX e que está onde quem quiser pesquisar
Assim é!