Tem muita gente que pouco participou de nossas conversas aqui hoje. Por isso vou aproveitar para falar uma coisa.

Este trabalho começou no ano de 1999. Á época até estudávamos algumas coisas, mas muito superficialmente. Na verdade, o forte do nosso grupo era realizar trabalhos de umbanda. Este trabalho chamava-se Movimento Ecumênico Espiritualista Universal. No ano de 2000 ou 2001 chamei as pessoas para estudar o Evangelho Apócrifo de Tomé. Começamos com algumas coisas loucas: o verdadeiro pescador é aquele que quando pesca fica com o peixe grande joga os pequenos foras, louvado seja aquele que mata o leão e ruim é aquele que deixa o leão lhe matar. Enfim, um monte de loucuras que está neste evangelho e que fomos traduzindo. Fomos avançando neste estudo até o dia que estudamos a logia 19.

“019. Jesus disse: “Bendito aquele que era antes de existir. Se vos tornardes meus discípulos e ouvirdes minha palavra, estas pedras vos servirão. Há, pois, cinco árvores no paraíso que não se movem no verão nem no inverno, e suas folhas não caem. Aquele que as conhecer não provará da morte”.

Neste texto Cristo diz assim: no paraíso, que é o reino de Deus, que é o universo, que é o mundo espiritual, existem cinco árvores cujas sombras nunca mudam. Durante o estudo lembro que ao comentar esta logia disse que a árvore na Bíblia é sempre a fonte do conhecimento, da informação. Por isso que no pecado original está o fruto da árvore do conhecimento. Já quando se fala que essa sombra não muda nem no verão nem no inverno eu disse que Cristo está dizendo que aquilo que ilumina esta informação, esse conhecimento, jamais se altera. Isso porque se você pegar uma árvore, a sombra dela se muda de acordo com a posição do sol. A partir desta informação, comentei que temos que entender que se essas cinco informações não mudam, elas vêm de Deus e são universais, já que tudo o que vem de Deus jamais muda. Depois disso transmiti as cinco verdades universais. A primeira delas é: não existe o ser humano, eu sou o espírito. Essa é a primeira coisa da qual você precisa partir para ir a qualquer lugar. Essa informação junto com a segundo que diz que não existe mundo humano, mas que tudo é um mundo de provações, é uma encarnação, são o fundamento da razão de quem vive liberto da mente humana.Essas informações foram tão forte que eu disse: acabou o Movimento, o nome pelo qual éramos conhecidos. Neste momento as pessoas que estavam conosco não acreditaram. Disseram: como pode ter acabado se mal começou? Eu respondi: acabou o movimento e não o trabalho… Movimentar-se é sair de um lugar e atingir a outro. Com o estudo dessas verdades saímos da idéia de sermos humanos estudando assuntos espirituais e chegamos à idéia de que somos espíritos vivenciando uma encarnação. Aí afirmei: por já termos chegado onde buscávamos, a partir de agora nos chamamos Espiritualismo ecumênico Universal. Não há mais movimento a ser feito.Portanto, nada vai se alterar, como não se alterou para quem já ouviu isso há muitos anos ou poucos, se não houver a tomada de posição: eu sou espírito e vivo num mundo espiritual ao invés de continuar vivendo um eu humano que vive uma vida humana. Sem essa tomada de posição – e uma tomada de posição bem consciente – o medo de perder, que já falamos aqui, vai fazer você se subordinar a todas as armas. Vai lhe  fazer ter um alvo no peito para que o assassino lhe acerte diretamente. Esse é o caminho, este é o portão de entrada: eu sou um espírito. Quando você vivencia isso e se pega como me perguntaram vivendo a culpa, diz a si mesmo: ‘espírito sente culpa? Se não, eu também não posso me sentir culpado’. ‘Espírito tem esperança de que o que ele quer vá acontecer? Não, então eu não posso ter esperanças’. ‘Espírito ainda sonha com um dia de amanhã melhor? Não, então eu não posso sonhar; tenho que viver o que tenho para viver’. É esse o ponto fundamental. É preciso você viver a partir da essência que é. Por causa da importância dessa mudança de consciência, e peço novamente desculpas por falar isso, volto a repetir: o problema é falta de vergonha na cara. É assumir aquilo que diz que acredita. Assumindo que acredita que é um espírito, desculpe, mas não viverá nada da humanidade. Se não viver nada do que é humano, já que sabe que o espírito quando liberto da humanidade pensa diferente, não viverá nada que é humano e quando isso acontece não há prazer nem dor: só felicidade. Esse é o caminho, é o ponto de partida, é o marco zero para fazer qualquer coisa. Isso porque se você submeter a sua elevação espiritual a qualquer critério humano, a força do dualismo jamais deixará você estar em paz ou se harmonizar. Estará sempre em um dos lados: do certo ou do errado.