Participante: então o único caminho para a elevação espiritual é doar a Deus os atos e as intenções e assistir a tudo sem julgamentos. O feito está feito, mas se nos incomoda começamos a refletir e talvez cheguemos a alguma conclusão. É assim?
Na verdade, o que deve servir para reflexão é o nosso incômodo e não no que foi falado pelo outro. ‘Por que estou incomodado com o que acabei de ouvir? Porque o que ele falou me incomodou’? Esta é a reflexão que lhe leva a ver a sua verdade que foi atingida e que gerou o incômodo. No caso de lhe chamarem de feio, ao refletir desta forma, irá descobrir que verdade lhe fez sentir-se incomodado. Quando fizer isso descobrirá que quer ser chamado de bonito e aí terá que lutar comigo mesmo para se libertar deste desejo. Com relação ao sacrifício que você falou, no Bhagavad Gita há um capítulo onde Krishna fala entre os diversos tipos de seguidores que possui. O Sublime Mestre afirma que gosta de quem lhe adora pela cultura, pela devoção e por outros caminhos, mas afirma que os que ele mais gosta são daqueles que o buscam através do yajña. Yajña é o sacrifício da intencionalidade a Deus.
‘Eu queria falar uma coisa, mas só falarei se o Pai achar que devo falar, ou seja, se Ele criar estas palavras. Se não criar, mesmo querendo falar, não vou sofrer por não ter dito’. ‘Eu quero ganhar algo, mas se Deus não fizer isso acontecer, não vou sofrer por não ter recebido o que era desejado’. Esses exemplos de consciências refletem o sacrifício da intenção a Deus.