Sei que o exemplo que usei é duro para aqueles seres universais humanizados que estão vivendo o papel de mãe nesta encarnação, mas tenha a certeza: quando falo assim não estou atacando as mães que se preocupam com o sofrimento dos filhos. Estou apenas usando um exemplo muito importante, porque a crença de que a boa mãe é aquela que se preocupa com seus filhos está em todas as mentes humanas.


Quando uso este exemplo, tenho apenas em mente o objetivo de mostrar a todos aqueles que dizem que querem aproveitar a oportunidade da encarnação que nem tudo que a mente diz que é sublime ou espiritual o é. Se não fizer isso, vocês vão continuar acreditando na mente e ao viver a preocupação e a esperança que ela criará, imaginarão que já fizeram alguma coisa pela sua elevação espiritual, quando nada fizeram.
A forma de interpretar os acontecimentos que vocês hoje vivem, ou seja, o bom humano, está tão enraizado nos seres humanos que vocês não conseguem suplantá-la.
A mente humana afirma que é capaz de lhe levar a conseguir a elevação espiritual. Afirma que você pode atingir a Deus através de um trabalho fundamentado nas razões que agora tem. Para isso cria um sistema de normalidade, de coisa que são normais serem feitas mesmo para aqueles que se dizem crente no espírito e na encarnação. Mas, isso não é verdade.
Tudo que provém da mente humana não pode ser normal. Aliás, como diz o Espírito da Verdade no trecho que lemos, é ao contrário: para o espírito é anormal.
É anormal um ser humano espiritualista ou espírita acreditar que tenha um pai e uma mãe humanos. Aliás, no Evangelho de Tomé, Cristo afirma: “quando virdes aquele que não nasceu de mulher, prosternai-vos de face no chão e adorai-o: ele é vosso pai”. (Logia 15). Cristo ainda diz nos evangelhos canônicos: não chame ninguém de pai, porque vocês têm um Pai no céu.
É anormal um ser humano espírita ou espiritualista acreditar que nasceu em determinado dia e lugar. Todos os mestres ensinaram que os espíritos são filhos de Deus. Será que eles nascem numa maternidade?
Estes e muitos outros exemplos eu poderia citar para mostrar que a normalidade que mente afirma existir não é tão normal assim. O valor de normalidade que se aplica a estas coisas deve servir apenas para os seres humanos, mas vocês que dizem saber-se espírito não podem viver estas coisas como normal ou certas. Tudo que a humanidade acredita é normal para o ser humano não crente do processo evolutivo do ser universal, mas não pode ser para você que diz que crê nisso.
O ser humanizado que pretende aproveitar a oportunidade da encarnação, portanto, deve enfrentar tudo aquilo que a mente diz que é normal. Para isso ele precisa saber que não dá para se pensar num trabalho de reforma íntima sem primeiro conhecer profundamente os padrões de normalidade que a sua mente cria e depois enfrentá-los com certeza de que universalmente falando eles não são anormais, pois não pertencem à natureza do espírito.
Os padrões humanos são normais apenas para a natureza humana. Quando um ser vive apenas esta natureza, nada faz no sentido da elevação espiritual. Esta informação é válida para todos os campos da normalidade e do certo humano, inclusive para os conhecimentos científicos.
A ciência humana diz que é necessário para se viver mais comer determinados alimentos, praticar exercícios físicos ou abandonar alguns hábitos (sedentarismo, tabagismo, etc.). Vocês, como apegados à mente humana acabam vivendo isso como certo, como normal. Pensam que assim podem viver mais. Ledo engano… Como ensina o Espírito da Verdade, a morte chega na hora que tem que chegar:
“Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas”. (Pergunta 853 a).
Vocês acham normal escolher o que comem, mas será que o espírito está preocupado com isso? Não, pois o espírito nem come…
Se para o espírito não há alimento melhor ou pior, comer um alimento saudável é bem, ou seja, é um hábito que pode ser considerado como elevado, como sinal da preocupação com o mundo espiritual? Não. Mas, é assim que a mente humana trata aqueles que cedem à tentação e buscam comer apenas alimentos saudáveis, não é mesmo? E você que passa acreditar nisso, acaba achando normal tal informação.
Diga-me uma coisa. Se escolher o alimento fizesse parte do bem, ou seja, fizesse parte do trabalho de purificação do ser quando humanizado, como ficariam aqueles que não podem se dar o luxo de comprar estes alimentos? Pergunto isso porque os alimentos ditos saudáveis (orgânicos, sem agrotóxicos) são mais caros que os outros. Aquele que não possui a condição de comprá-lo, portanto, estaria impedido de fazer a sua elevação espiritual, não é mesmo?
Se eles ficam impedidos de fazer a sua elevação espiritual por causa de um fator da própria vida, ou seja, do instrumento que dispõe para fazê-la, a quem deveríamos culpar? Ao Senhor das encarnações: Deus…
Veja a incongruência da crença com a qual a mente trabalha. Ela afirma acreditar no Deus justo, que age em prol de todos igualitariamente, mas também diz que Ele nega a alguns a oportunidade de elevação desde o início da encarnação. Isso não é incongruente?
É isso que vocês precisam fazer: precisam questionar aquelas convicções que a mente lhes traz como normal e certas para poderem escapar da cilada do bom. Achar que a ingestão de determinados elementos faz a pessoa melhor espiritualmente falando não é normal para aquele que precisa viver a partir das verdades do mundo espiritual, mas somente para aqueles que acham que o que vivem agora é verdade. Mas, as coisas da mente não representam o bem, mas o bom.